Solidão, um tema que aparece muitas vezes na quadra natalícia com mais destaque. De facto, o Natal pode evocar em muitos de nós sentimentos “fortes” ligados à nossa infância. Vêm-nos, realmente, à lembrança imagens que até parecem mágicas. Podem ser aquelas em que participámos ativamente, ou apenas cenas que contemplámos.
Enfim, podemos lembrarmo-nos das decorações e dos enfeites ligados, por exemplo, ao presépio, nas nossas casas ou na igreja. Hoje em dia, sem dúvida, as decorações natalícias fazem parte da vida de todos nós. Começam cedo, nas ruas, nos centros comerciais, em lojas de comércio local, mas também no nosso lar. E até há estudos que apontam para o facto de, quando as decorações começam mais cedo, isso trazer mais felicidade às pessoas.
O que é afinal a solidão?
Mas o que também nos vem à cabeça são as recordações de muitos dos nossos entes queridos que já partiram. E isso pode, na verdade, deixar-nos mais tristes. E há muita gente, principalmente idosos, que está sozinha porque os seus entes mais chegados já partiram. Dizem também os estudos que há um aumento substancial de pedidos de apoio psicológico no Natal. Terá, então, a ver com a tal questão da solidão de que muito se fala nesta quadra?
Mas, o que é afinal a solidão? Enfim, parece não ser difícil dar uma resposta. Mas, de facto, o assunto até é algo complexo. Realmente, a solidão poderá significar uma coisa diferente de pessoa para pessoa. E a causa nem sempre é comum.
Vejamos, por exemplo, a solidão que uma criança sente por não ter amigos com quem brincar na escola é diferente da solidão do adolescente que não se consegue inserir num grupo. E também não é a mesma coisa a solidão do jovem que não consegue arranjar uma namorada. É diferente a solidão da pessoa divorciada, cujos filhos passaram a viver com a ex-mulher. É diferente a solidão da mulher idosa que vive sozinha numa grande cidade ou numa pequena aldeia.
Estar só pode não ser sinónimo de solidão
Por vezes, precisamos, e até gostamos, de estar sozinhos. Ora, tudo isso é normal se estivermos a falar de momentos, não de um padrão repetitivo e contínuo. De facto, de vez em quando, querermos estar mais sós não é forçosamente mau. É natural, já o referimos, sofrermos por sentirmos a falta dos nossos entes queridos que já nos deixaram. E querermos estar sozinhos, até para chorarmos, não é, com efeito, seguramente pernicioso.
Na verdade, podemos estar sozinhos, mas não nos sentirmos, realmente, sós. Portanto, a solidão não tem a ver apenas com o estarmos sós. Tem sim a ver com uma perceção subjetiva. Ou seja, há pessoas que estão rodeadas de gente e que também sentem, da mesma forma, solidão. De facto, qualquer um de nós pode sentir-se completamente sozinho numa sala apinhada de gente.
Precisamos, pois, de pessoas à volta de nós, mas não basta que estejam presentes. Realmente, precisamos de pessoas à nossa volta que nos compreendam, que nos amem ou que, pelo menos, se importem connosco.
Há mais solidão hoje em dia?
Não é natural que o ser humano viva sozinho. Mas fala-se que, hoje em dia, a solidão está mais presente, que antigamente não era tanto assim. Mas, será mesmo? Enfim, terá havido sempre, ao longo dos tempos, o fenómeno da solidão.
Mas o que será certo mesmo é que a solidão faz sofrer. E também parece ser certo que este sentimento se agudiza na quadra de Natal. Na verdade, nesta quadra natalícia, até parece que as pessoas menos sociáveis se tornam mais abertas. De facto, a nostalgia que envolve as pessoas nesta quadra muitas vezes está ligada a boas recordações. Este período faz-nos, pois, lembrarmo-nos de boas imagens da nossa infância e isso pode deixar-nos mais contentes.
Mas nem sempre assim é. Há pessoas que, na verdade, ficam mais tristes. Já o dissemos, porque, muitas vezes, se lembram de um seu ente querido que já partiu. Realmente, muitas pessoas sofrem por este motivo e o que fazem é procurar conforto no isolamento. Refugiam-se, pois, na solidão e deixam-se invadir por sentimentos de tristeza.
A solidão é uma ferida…
Ora, a solidão dói. Porque é uma ferida. E não é uma ferida física qualquer, pois os seus efeitos até podem ser piores. É, portanto, uma ferida psicológica que dói, que pode doer desesperadamente. E, no Natal, ainda doerá mais, porque esta época representa, no nosso imaginário coletivo, o tal aconchego familiar.
E o que é que se pode fazer para combater isto? Pois, pode não ser fácil, sendo que, muitas vezes, temos de procurar uma ajuda especializada. Mas tenhamos consciência que um primeiro passo poderá passar por nos concentrarmo-nos em memórias felizes da nossa vida. E ficarmos contentes por elas terem acontecido, não porque elas já tenham passado e não poderem voltar mais. Comemoremos pois! Mas se vierem à nossa mente memórias sofridas, reconheçamos esse sofrimento, aceitemo-lo… Porque isso faz parte da vida de qualquer pessoa.
De facto, o sofrimento é inevitável e, portanto, mesmo assim, podemos sempre “viver o Natal acompanhados pela nossa felicidade interior”.
Felicidade fácil
Mas, continuando a analisar mais aprofundadamente este assunto, não haja dúvida que nesta época somos invadidos por anúncios caros de grandes marcas. São reclames que passam para nós imagens de muita “felicidade fácil”. E tanto podem aparecer na TV, como nas rádios, como nas montras das lojas. São imagens de alegria que nos pressionam para adquirirmos “maravilhas das maravilhas”.
E são também “imagens sonoras” que nos deliciam, com os espaços comerciais inundados de música natalícia…
Ou talvez não nos deliciem… De facto, podemos ser acometidos por emoções menos positivas e até dolorosos… E depois, até podemos ser assaltados por sentimentos de culpa por estarmos a estragar a alegria e a felicidade dos nossos mais próximos… Portanto, há pessoas deprimidas nesta quadra natalícia, mas também há, de facto, muita gente satisfeita.
O Natal por vezes leva ao esgotamento!
Mas estarão, realmente, satisfeitas? Ou estarão algumas completamente degastadas. Na verdade, esta quadra festiva pode ser muito cansativa para alguma figuras, sobretudo no seio de famílias grandes. Enfim, pensar nas prendas, comprá-las, adquirir as iguarias, cozinhar, etc. pode até levar à exaustão.
E nos casais também se sabe que podem surgir muitos conflitos. É a questão do intercâmbio familiar, dos valores familiares que nem sempre coincidem. Todos nós sabemos de exemplos de famílias que “não mexem uma palha”, aparecendo na noite de natal apenas para serem servidas. E depois, realmente, o casal pode entrar em conflito, culpando a família do outro cônjuge.
A solidão afeta mais os longevos?
Mas nada que se compare, talvez, com os problemas da solidão que podem afetar, nomeadamente, os mais velhos. Na verdade, há estudos que apontam para o facto desta população, acima dos 60 e poucos anos, não ficar muito satisfeita com a chegada desta quadra festiva. E isto porque, como já vimos, faz com que muitas memórias ligadas à perda de entes queridos venham ao de cima.
Há, igualmente, estudos que apontam outras razões. E essas razões podem estar relacionadas com a questão da luz. De facto, os dias, na época do Natal, são mais curtos. E segundo os estudos a luz tem influência no humor. As pessoas ficam, realmente, com um humor mais depressivo, sentem-se, pois, mais tristes.
E essa tristeza pode trazer consigo outras emoções ou sentimentos, tais como a autodesvalorização, a baixa autoestima, a deceção, a desilusão, o desinteresse pela vida. E tudo isto pode trazer noites mal dormidas, falta de apetite. Mas também pode trazer euforia, só que doentia, sem conta nem medida.
Reconhecer que a solidão traz sofrimento
Ora, podemos fazer várias coisas para combater a solidão. Mas tudo passa sempre por um aspeto, que é reconhecermos que estamos a sofrer com a solidão. Portanto, temos que agir para que não tenhamos os efeitos perniciosos da solidão tanto no nosso corpo, como na nossa mente.
E uma dessas coisas que podemos fazer é contactar outras pessoas. Podemos contactar linhas telefónicas oficiais se não houver alternativa. Mas, se isso não nos for possível, podemos, por exemplo, desenvolver trabalho comunitário. E aqui, com certeza, iremos conhecer outras pessoas, iremos interagir socialmente com outros.
De facto, a interação com outras pessoas é, realmente, muito importante. Mas devemos escolher o tipo de pessoas que se ajustam mais à nossa maneira de ser, aos nossos valores. Portanto, cultivemos os relacionamentos com pessoas que partilham valores, atitudes e interesses equivalentes aos nossos.
Uma pessoa solitária pode sentir que é rejeitada pelos outros
É claro que fazer isto pode não ser fácil. De facto, a solidão leva a que a pessoa se sinta desprezada pelos outros. E isso pode levar, na verdade, a que uma pessoa mais solitária sinta que é rejeitada pelos outros. Ou seja, desenvolve-se um círculo vicioso. Portanto, há que trabalhar os pensamentos negativos. Há que alterar as crenças erróneas.
E, mais, uma vez, há que reconhecer que se está em solidão. Reconhecer isso para que se possa agir. Para, por exemplo, procurarmos alguém com quem já nos relacionámos anteriormente, e a quem possamos dizer que estamos sós e a precisar de alguma companhia… Falemos, então, de novo, das tais linhas telefónicas oficiais, e também das entidades especialmente vocacionadas para pessoas sós. E o que mais há, realmente, são pessoas com situações idênticas de solidão.
Só há, pois, que forçar oportunidades em que as pessoas se possam conhecer melhor e daí poderem surgir boas amizades. E isto não serve apenas para as pessoas mais velhas. De facto, também os jovens, muitas vezes, se sentem sós. E é por isso que cada vez há mais plataformas eletrónicas que facilitam os encontros e o matching entre as pessoas, tais como o Tinder e outras equivalentes.
Podemos contrariar a solidão
Mas, enfim, voltemos à “solidão natalícia” … Aquela solidão que se agudiza mais no Natal, em que até parece que os laços afetivos, paradoxalmente, estão menos fortes, ou que nem sequer existem mesmo. Sim, está mesmo confirmado, há pessoas que se sentem mais sós no Natal… E, portanto, voltemos, então, ao que se pode fazer para contrariar esta situação…
Antes de mais, como já referimos, a pessoa deve tomar consciência que está a sofrer de solidão. Depois, pode passar em revista todas as pessoas que conhece. Lembrar-se daquelas com quem tem uma relação mais estreita. Mas também lembrar-se daquelas com as quais já não se dá há algum tempo. E pode focar-se naquelas por quem sente uma maior proximidade afetiva.
Podemos, pois, concentrarmo-nos naquelas pessoas com quem nos importamos mais, com quem nos identificamos mais. Foquemos, assim, a nossa atenção naquelas pessoas com quem gostaríamos de nos relacionar mais proximamente. Não importa se têm sido muito próximos, tenhamos, sim, mais em atenção aquelas que, da mesma forma, poderão estar mais sozinhas.
Em vez de nos aproximarmos também podemos afastar-nos
Temos estado, pois, a falar de movimentos de aproximação. Mas também podemos afastar-nos. Ou seja, se calhar, poderá ser também muito salutar procurarmos “apagar da nossa memória” aquelas pessoas cujas presença, habitualmente, só nos trazem coisas negativas.
Realmente, há aquelas pessoas que, geralmente, só nos incomodam. São aquelas pessoas que estão apenas focadas no negativo. A aquelas que dizem mal dos outros, que só falam de doenças, de desgraças, que a vida está má, que qualquer governo é mau, que os outros são maus… São as chamadas pessoas tóxicas, que apenas proferem comentários depreciativos.
E esses comentários muitas vezes não são apenas em relação a terceiros, são também em relação a nós próprios. Por exemplo, que estamos mais gordos, que estamos com má cara, que determinada peça de roupa não nos fica bem. E até dizem que estão apenas a brincar. Mas a pergunta que se impõe é porque é que não brincam utilizando coisas positivas e agradáveis?
Enfim, e não é só este tipo de apreciações. Realmente uma pessoa tóxica pode ir mais longe e até infernizar verdadeiramente a vida de outra pessoa. De facto, há pessoas que nos deixam maldispostos. Há pessoas que nos sugam a energia, que nos culpam, que nos fazem mal. Com essas é de evitar, pois, mesmo, quaisquer relações. Ou seja, como se costuma dizer, “vale mais só do que mal-acompanhado”.
Para afastar a solidão, demonstremos interesse pelas pessoas
Portanto, aproximemo-nos das pessoas de quem gostamos verdadeiramente e que até podem, também elas, estar sozinhas. Podemos telefonar. Eenviar uma mensagem. Podemos pedir, por exemplo, uma opinião sobre um assunto que essa pessoa domine mais do que nós. Podemos oferecer a nossa ajuda.
Enfim, poderão ser os primeiros passos para uma relação mais próxima. Porque, de facto, o que estamos a fazer é demonstrar interesse por essas pessoas. Na verdade, podemos indagar sobre determinadas situações. Podemos demonstrar interesse pelas situações que as pessoas possam estar a viver. Podemos até desfazer algum mal-entendido passado. Ou então, simplesmente, mostrarmos que elas são importantes para nós.
E o Natal é, realmente, uma boa época para isto. Podemos, com efeito, enviar as Boas Festas, mas façamo-lo de uma forma personalizada. Realmente enviar votos de um Bom Natal de uma forma massificada talvez não seja a melhor mameira de enviar afeto para alguém.
Vivamos, então, o Natal todo o ano!
Efetivamente, a época natalícia é uma boa oportunidade para quebrar padrões de solidão. E podemos fazê-lo antecipadamente. Ou seja, porque não começarmos logo em novembro? Ou então, porque não fazê-lo ainda em janeiro. A ideia é evitar o bulício de dezembro.
De facto, podemos contactar os nossos amigos em qualquer altura do ano. O que é preciso é que, na verdade, se faça o convívio natalício. Enfim, que se faça o encontro, que haja a partilha, em que se possa estar juntos, em que se possa, por exemplo, manifestar gratidão. Na verdade, para recebermos temos que dar. E alguém tem de ser o primeiro a fazê-lo.
O Natal é, realmente, uma boa altura do ano para fazer voluntariado. Podemos fazê-lo junto de pessoas carenciadas. Ou visitar pessoas hospitalizadas. Podemos fazer visitas a pessoas mais idosas que estejam, por exemplo, em lares. Mas, é claro que podemos fazer isto tudo em qualquer altura do ano.
As pessoas tóxicas não são sempre “as outras”…
Realmente, qualquer pessoa que se sinta sozinha poderá fazê-lo, mesmo não sendo Natal. Mas não é fácil, sim, admitamo-lo. De facto, um movimento em relação ás outras pessoas pode originar sentimentos que não são fáceis de controlar. Podemos, realmente, ter medo da rejeição.
Com efeito, podemos ser rejeitados. Às vezes enganamo-nos. Até achamos que podemos ser bem-recebidos. Mas, às vezes, as coisas nem sempre correm bem. Fala-se das pessoas que veem o copo sempre meio vazio. Ora, qualquer um de nós pode fazer parte desse lote de pessoas. Às vezes, realmente, poderemos ser mais negativos.
Na verdade, também podemos ser daqueles que dizem aos outros “Vê lá no que te vais meter…”, “Vê lá o que é que andas a fazer…”. Todos nós, realmente, podemos ter períodos com visão mais cinzenta sobre a vida, mais negativa. Isso é natural! Somos, afinal de contas, seres humanos!
As pessoas podem mudar
Mas, voltando, às pessoas tóxicas, as tais “outras”… Em primeiro lugar, portanto, reconheçamos que estas pessoas existem e que nem sempre são apenas os outros. De facto, às vezes, em determinados períodos da nossa vida, ou em circunstâncias especiais também o podemos ser. Por exemplo, não deixando os outros evoluírem, não os deixando ser autónomos, culpabilizando.
Às vezes, efetivamente, ainda que sem uma intenção consciente, poderemos não ser verdadeiramente amigos de outras pessoas. Podemos até ser pessoas simpáticas, generosas e atenciosas, mas podemos não o estar a ser genuinamente. Sim as pessoas tóxicas existem e não têm que ser sempre os outros.
Na verdade, somos todos, ao fim e ao cabo, imperfeitos, com as nossas limitações, fragilidades e também com os nossos defeitos. E até é para isso mesmo que existe a ajuda especializada de um psicólogo credenciado ou de um psicoterapeuta. Enfim, uma ajuda que pode transformar comportamentos obsessivos, de ciúme, de inveja, de autoritarismo, de agressividade, de pessimismo crónico…
Sim, acreditamos que as pessoas podem mudar.
A mudança tem que ser nossa
Mas, voltando ao tema da solidão e das pessoas tóxicas. Não deixa de ser mesmo certo, a solidão pode fazer-nos muito mal. Só que, tenhamos igualmente presente: estarmos acompanhados por determinadas pessoas também nos pode fazer igualmente muito mal. De facto, há pessoas que têm uma influência muito nefasta sobre o nosso estado emocional e o nosso equilíbrio psicológico. Há, de facto, as tais pessoas tóxicas que nos podem como que envenenar. E quando o percebemos, às vezes pode ser já tarde.
Ora, em primeiro lugar temos que pensar que não podemos mudar essas pessoas facilmente. Pelo menos num certo e exato momento. E depois temos que pensar que, então, se calhar, a mudança tem que ser nossa. Ou seja, deverá ser a nossa mudança a levar que o comportamento das pessoas tóxicas não nos atinja. Porque, se calhar até já reparou nisso, quando não ligamos a determinado comportamento de uma determinada pessoa mais “azeda”, essa pessoa acaba por extinguir esse mesmo comportamento. Deixa, pois, de nos incomodar, provavelmente indo à procura de outra “vítima”.
A manipulação leva à solidão
Com efeito, uma pessoa manipuladora quer controlar completamente a vida de outra. E, muitas vezes, fá-lo estrategicamente. Muitas vezes, fá-lo, realmente, de forma sedutora, com muita simpatia e cordialidade. Fá-lo de modo a conseguir criar dependência na “vítima”. E fá-lo tendo em conta determinados fins, que são sempre, claro, em benefício próprio.
No campo das relações amorosas a manipulação acontece com muita frequência. E se a vítima reage às suas investidas o manipulador pode tornar-se até muito agressivo. Pode, de facto, reagir mal à frustração e às contrariedades. E, muitas vezes, é muito difícil à pessoa escapar, se não for ajudada. Com efeito, mesmo uma pessoa com um nível sociocultural elevado, com um bom nível de formação académica, poderá ter muitas dificuldades em libertar-se do manipulador. E o amor, afinal, vai transformar-se noutra coisa não prazerosa, vai transformar-se numa fonte de sofrimento, de infelicidade e mais solidão ainda…
“Mais vale só do que mal-acompanhado!”
Portanto, pessoas sós, a sofrerem de solidão, não precisam apenas de uma simples companhia. Precisam, realmente, de companhia, sim, mas dada por pessoas positivas, cuidadoras, protetoras, genuinamente amigas. Precisam de relacionamentos saudáveis, que façam crescer, que façam desabrochar o melhor que há nelas.
Na verdade, uma companhia oferecida por alguém que nos põe ainda mais tristes, mais culpados, menos serenos, mais inseguros não interessa nada, pelo contrário. Voltamos, pois, ao lema “Mais vale só do que mal-acompanhado!”.
E, pelos vistos, é um ditado popular que parece que está provado cientificamente.
As pessoas casadas são mais felizes que as solteiras?
De facto, continuando a falar de relacionamentos amorosos, parece óbvio que é melhor estar só do que permanecer num relacionamento infeliz. E, já agora, isso quererá, então, dizer que os solteiros são mais felizes que os casados?
Não, de facto, não será bem assim. Porque os estudos apontam para o facto de, quando temos bons relacionamento, isso contribuir para a nossa saúde integral, holística, portanto espiritual, física e psicológica.
Na verdade, sentimo-nos mais apoiados, mais acarinhados, mais estáveis, mais satisfeitos, mais felizes quando temos bons relacionamentos…. E quando falamos em bons relacionamentos, pensamos, fundamentalmente, em relacionamento estáveis, de longo prazo, de qualidade, com interações maioritariamente positivas.
E os estudos até dizem que um bom relacionamento pode evitar AVCs…
Natal, uma boa ocasião para procurar ajuda!
Portanto, voltando ao Natal, em que se fala tanto do aumento do risco de acidentes cardiovasculares associados aos excessos festivos no que diz respeito à alimentação e à bebida, cultivemos os bons relacionamentos. Aproveitemos, pois, esta quadra festiva da melhor forma: relacionemo-nos positivamente uns com os outros!
Se temos família, saibamos aproveitá-la bem. Se não tivermos, inventemo-la… Mas pode não ser fácil e sentir-se com solidão… Será, então, talvez a altura para procurar ajuda especializada e beneficiar dela. Uma ajuda para se sentir, realmente, mais apoiada, mais amada, mais apreciada, mais cuidada, mais protegida, mais autoconfiante…