Pensamentos falsos: respeitá-los, sim ou não?

Pensamentos falsos e sofrimento psicológico, que relação?

Pensamentos falsos são uma praga, tal como as notícias falsas! Sabe que pela sua cabeça passam muitos pensamentos pouco verdadeiros, não é? Sim, di-lo a TCC, passam a toda a hora e fazem-lhe mal!  E você muitas vezes diz aquela frase “Eu estou em sofrimento psicológico e nem sei porquê…”  

Você pode querer ir a um psicólogo ou procura terapeutas porque sofre. E quer, naturalmente, ultrapassar o seu sofrimento psicológico. Quer superar traumas, ultrapassar dificuldades, quer tratar algo que lhe atormenta a vida, que lhe traz tristeza, ansiedade, angústia, medo.

Pedir ajuda é um ato de força, não de fraqueza

Se este é o seu caso, antes de mais, deixe-nos dizer-lhe que, apesar de tudo, está de parabéns. Realmente, há pessoas que estão em sofrimento, mas não reconhecem que precisam de ajuda. Ora, você admite, então, que quer mesmo uma ajuda. Está, pois, na disposição de recorrer ao apoio psicológico de alguém que tem preparação técnica e científica para o fazer!

Sim, é esse o primeiro passo que, sem dúvida, tem de ser dado pode fazê-lo já.

Pensamentos falsos: marcar ou não uma consulta?

Na verdade, nem todas as pessoas chegam a este ponto. E é aqui que a situação se pode agravar. Você pode estar nestas condições “Vou ou não vou marcar uma consulta para um psicólogo?…” Está, portanto, talvez, a hesitar se deve ou não telefonar, enviar uma mensagem…

Ou então talvez conheça alguém nessa situação. Pode ser, talvez, por exemplo, um jovem, filho de um colega seu de trabalho, que deixou de sair à rua, que não sai de casa, que não sente entusiasmo por nada, que passa a vida deitado… E já foi dito a esse jovem que o melhor para ele seria mesmo consultar um psicólogo. Mas o jovem diz que não, que está bem, que não precisa da ajuda de ninguém. E talvez diga até que não está maluco, e que, por isso mesmo, não tem que consultar um psicólogo. 

Há, infelizmente, muitos casos destes que ficam sem qualquer ajuda.

Chega ao consultório e traz muitos pensamentos falsos

Mas há, felizmente, cada vez mais pessoas que recorrem a um psicólogo ou a um psicoterapeuta. Pode-se ainda progredir nesse caminho, mas cada vez mais pessoas recorrem a uma ajuda psicológica especializada.

Quando chega ao consultório, a pessoa vem em sofrimento. É certo que o grau de sofrimento varia, mas há uma demanda, ainda que, muitas vezas, não totalmente explícita na primeira consulta: “Tenho muito sofrimento psicológico, já não aguento mais o ponto da vida em que me encontro…” Muitas vezes a pessoa não sabe bem se está em depressão, mas pode estar…

Mas outros poderão dizer: “Tenho sofrimento psicológico, sofro, mas nem sei bem de quê, de onde é que vem esta minha dor, este estado de tormenta…” São, pois, frases, que nós, psicólogos, terapeutas EMDR, ou terapeutas TCC, podemos, ouvir de si, caso decida procurar ajuda psicológica. Ou que podemos ouvir de alguém a quem você recomendou os nossos serviços

Todos nós somos assaltados por pensamentos falsos automáticos

A origem do sofrimento psicológico das pessoas pode até estar em coisas que parecem, à primeira vista, “pequenas”.  Veja, por exemplo, se, no seu caso, o seu sofrimento psicológico está na forma como interpreta as reações de outras pessoas que se relacionam consigo.

Na verdade, poderá estar na forma como avalia determinadas situações que lhe acontecem no seu dia a dia. Poderá ter origem em pensamentos negativos automáticos.  Realmente, todos nós somos assaltados por este tipo de pensamentos automáticos.

Nalguns casos, ainda bem que é assim – por exemplo, quando atravessamos uma passadeira, olhamos logo para ambos lados, não é? Ou seja, tivemos um pensamento automático “Cuidado, olha bem, se não ainda levas com um carro em cima!”

Os seus pensamentos falsos são como as notícias falsas

Há, de facto, diferentes tipos de cognições, de crenças, de pensamentos, muitos sem grandes consequências para o normal desenrolar das nossas vidas.  No entanto, voltando a si, às vezes, era melhor que não tivesse determinados pensamentos, não é? Há aqueles que os manuais da psicopatologia chamam de pensamentos intrusivos, ruminantes – já ouviu, talvez, falar disso, não é?

E não têm que ser aqueles pensamentos altamente paranoicos, ou altamente catastrofistas, não, podem ser aqueles ligados a coisas de somenos importância. Pode ser, por exemplo, quando você acha que uma pessoa foi antipática consigo, ou que, simplesmente, não respondeu ao seu cumprimento. Torna-a logo uma questão pessoal, mas, mais tarde, até percebe que, afinal, se tratava apenas de alguém introvertida, mais tímida e insegura. Ou até vem a perceber que ia distraída.

Ou, afinal, essa tal pessoa, que se portou mal consigo, estava apenas num mau dia, em que lhe tinham acontecido vários dissabores.

Acha logo que já não tem valor

Realmente você pode ter pensamentos, ligados à desvalorização. Pode achar que não presta, que não tem valor suficiente, que ninguém se interessa por si. Mas são pensamento falsos! De facto, você pode, por exemplo, atribuir um significado especial à reação de uma determinada pessoa.

E acha logo que já não tem valor, que não merece nada de bom, que não merece ser amada…

Você pode, por exemplo, pensar que se uma pessoa não lhe respondeu a determinado email é porque não viu nele interesse e, portanto, está a desvalorizá-la… E lá fica você a dizer “Tenho sofrimento psicológico, sofro muito…”.  Só que a maior parte das vezes nada daquilo corresponde à verdade: a outra pessoa não lhe respondeu ao seu email por outra razão qualquer.

Pode haver tantas razões: ou porque ainda não teve tempo, ou porque recebe muitos e, no meio da confusão, lá ficou aquele email esquecido, etc., etc.

Você pode estar em sofrimento psicológico por uma invasão de pensamentos falsos

Você pode estar, talvez, num estado depressivo e a causa da sua depressão poderá estar, com efeito, na ocorrência de muitos pensamentos deste tipo: “Não valho nada, porque ninguém me liga…”, “Não vale a pena levantar-me, porque nada de bom há lá fora…”, “A vida não vale a pena ser vivida assim…”.  Portanto, você pode estar a sofrer uma invasão deste tipo de pensamentos automáticos, negativos, mas, certamente, falsos.  

Fala-se hoje muito das notícias falsas, que é preciso que se aprenda a distinguir uma notícia falsa de uma verdadeira e vice-versa. Ora, temos que também aprender a distinguir os pensamentos falsos dos verdadeiros.

Na verdade, os pensamentos falsos interpretam de modo errado determinadas situações, ou mesmo toda a realidade. Muitas vezes, essas situações são neutras, outras vezes até são positivas, mas você inventa logo lados negativos e poderá dizer “Tenho sofrimento psicológico, sofro muito, porque ninguém quer saber de mim, não tenho valor…”.

Pois é, se não corrigir essas “invenções” pode adoecer, ou, no mínimo, andar infeliz… É o seu caso? É o caso de alguém que mais ou menos conhece? Pois… Há, infelizmente, muitas pessoas assim e que precisam mesmo de ajuda psicológica!

Os seus pensamentos falsos “Não vale a pena…”

Há, pois, que corrigir, crenças que são erróneas e disfuncionais. Há que corrigir pensamentos que distorcem a realidade. Você pode achar, por exemplo, que alguém não gosta de si. E esse alguém até pode exibir simpatia por si e gostar verdadeiramente de si. Mas você diz que não, faz outra interpretação.

Pode haver também, por exemplo, um pai que, por não ter feito determinada coisa ao filho, acha logo que é um mau pai. Ou, então, pessoas que não chegam a iniciar uma tarefa porque pensam que não vale a pena, que só irão ficar cansados, que o trabalho não irá ficar todo feito, ou que vai ficar imperfeito…

De facto, até podem ser, por vezes, pensamentos que contêm algumas verdades, mas que não chegam para se tirarem conclusões finais tão radicais. Mas, apesar disso, lá vem a frase “Sofro, a minha vida é um sofrimento psicológico permanente, não vale a pena, não posso fazer nada, mereço isto…”

Você, realmente, pode não estar a fazer um uso adequado do meio termo. Mas, note, há sempre o lado moderado. De facto, há muita gente que não consciencializa a existência de um meio termo, não percebe que há sempre uma graduação na forma de pensar e de responder, mais do que reagir.

Com efeito, você pode encontrar a moderação nos seus pensamentos, de modo a poder levar uma vida mais serena, em que obtenha uma satisfação, no mínimo razoável, para a sua vida. Mas nem sempre é fácil…

Você pode fazer certos rituais para aliviar o sofrimento psicológico

Na verdade, podemos precisar de alguém que, de forma isenta, de forma empática, completamente disponível, nos ajude a formular pensamentos mais acertados, mais adequados, mais ajustados à realidade. Já dissemos que você pode ter pensamentos repetitivos, intensos, constantes, ruminantes… Ou que pode conhecer alguém que dá mostras de um elevado sofrimento psicológico, que sofre em termos mentais.

Pode ser, inclusivamente, alguém da sua família, até com comportamentos mais graves, ligados, por exemplo, a obsessões e a compulsões…  

Neste campo, uma pessoa pode sentir necessidade de fazer certos rituais. Talvez seja o seu caso, em que pode passar por aquelas ocasiões em que os seus pensamentos giram a alta velocidade, impedindo-lhe a serenidade… E quer livrar-se deles porque não os acha bons, provocando-lhe aquelas sensações de intenso incómodo e desconforto.

Podemos estar a falar daquelas obsessões que lá acabam por se irem embora. Ótimo, é bom que assim aconteça. Mas o pior é quando você não tem sucesso e os pensamentos obsessivos persistem, ficam-lhe ali a ruminar, a ruminar, não se vão embora de modo nenhum.

E, a acrescentar a isto tudo, surge-lhe, talvez, uma necessidade imperiosa, como que a obrigação, de fazer determinados rituais, de forma repetitiva.

Quanto mais tenta livrar-se das suas obsessões, pior, não é?

Realmente, há muitas pessoas que não conseguem afastar as suas obsessões. Pode ser o seu caso, ou de alguém próximo de si. Na verdade, há pessoas que sofrem muito com este tipo de problemas, que têm pensamentos que as incomodam muito.

São os tais pensamentos que lhe podem surgir de forma repetitiva, que lhe provocam muita ansiedade, que lhe parecem absurdos, mas dos quais você não se consegue livrar. Até parece que quanto mais tenta livrar-se das suas obsessões, pior, não é? Não consegue mesmo afastá-las da sua cabeça. E depois até descobre que se fizer várias vezes uma determinada coisa, a sua ansiedade, o seu sofrimento psicológico, alivia, diminui alguma coisa…

“Você tem uma Perturbação Obsessivo-Compulsiva!”

Em princípio, todos conhecemos pessoas com comportamento que assumem uma forma exagerada. São muito conhecidos os exemplos de pessoas obcecadas com a limpeza pessoal, da casa, do seu carro, de objetos em seu redor. São muito conhecidos aqueles casos em que a pessoa volta atrás várias vezes para verificar se fechou bem uma porta. Você pode ser uma dessa pessoas. Ou conhecer alguém em que determinada rotina, como, por exemplo, vestir, tomar banho, leva horas a fazer. Ou pode conhecer alguém altamente exigente com a disposição dos bibelots lá de casa, com a simetria dos quadros numa parede.

É claro que em “pequenas doses” estes tipos de comportamento não são preocupantes, até podem pertencer a pessoas com elevados padrões estéticos. O problema é quando assumem uma forma exagerada. E lá vem o rótulo POC, ou seja “Você tem uma Perturbação Obsessivo-Compulsiva!”. Tudo isso está bem descrito num grande “calhamaço”, o DSM5, o grande manual das perturbações mentais. E aqui entramos no mundo da Psiquiatria e dos psicofármacos, bem diferente do mundo das “Psicologias & Psicoterapias”…

O sofrimento psicológico anda por aí com base em pensamentos falsos!

O sofrimento psicológico, portanto, existe mesmo! Ele anda por aí! Muitas vezes com grandes rótulos psiquiátricos. São transtornos, perturbações, que estragam mesmo a qualidade de vida a muita gente. Porque a pessoa sente que tem de fazer alguma coisa para afastar o grande desconforto causado pela ansiedade, e pela angústia, que lhe está associada. Enfim, sente que tem obrigação de fazer alguma coisa para reduzir esse desconforto, esse terrível sofrimento psicológico. Será essa a explicação para os chamados rituais compulsivos, no quadro das compulsões.

Será também a explicação para os casos de automutilação, de cortes e ferimentos no corpo provocados deliberadamente. Serão, pois, como que comportamentos protetores, que parece que protegem, que fazem diminuir um sofrimento psicológico mais profundo. Mas, realmente, só na aparência. São, na verdade, inadequados.

Muitas destas compulsões, ao contrário das obsessões que estão lá mais escondidas para o interior da mente, poderão ser visíveis aos olhos dos outros. E, depois, tornam-se até, muitas vezes, alvo de gozo e de chacota. Mas a maior parte das vezes, a pessoa esconde o seu estranho comportamentos dos outros. Vive sozinho a situação, sofre sem saber que pode contar com a ajuda de alguém especializado na matéria.

Sempre com medo que descubram, sempre a tentar ocultar o sofrimento psicológico

Você pode estar a sofrer este tipo de problemática em solidão. Pode ter este tipo de sintomas, outros equivalentes ou mesmo outros aparentemente diferentes. Pode ser daquelas pessoas que não tocam na maçaneta de uma porta por causa dos micróbios. Até, talvez, possa perceber que está a ter um comportamento sem sentido. Só que não consegue parar de o fazer, não é? E, portanto, até nem diz nada a ninguém. Enfim, sofre em solidão, sempre com medo que descubram, sempre a tentar ocultar.

De facto, isto pode levar uma pessoa, naturalmente, a um grande desgaste emocional e também, muitas vezes, físico. Talvez você saiba que há obsessões e compulsões que consomem horas à pessoa. Consomem-lhe o seu precioso tempo e interferem no seu trabalho, na sua vida pessoal, oscilando entre períodos em que o transtorno se demonstra mais intenso e períodos de maior acalmia. E tudo se pode juntar numa mistura explosiva, por exemplo numa depressão e fobia social – e o problema ficar ainda mais agravado…

Só pode ser ajudado quem reconhece que precisa de ajuda

Acha que poderá estar neste tipo de situação, ou andar lá perto? Pretende controlar as suas obsessões e compulsões? As suas ansiedades, as suas angústias, os seus medos ou mesmo ataques de pânico? Anda em permanente, ou muito frequente, sofrimento psicológico? Conhece alguém que esteja nestas condições? Que possa admitir “Sim, eu tenho sofrimento psicológico, sofro muito, percebo que estou a precisar de ajuda e quero ser ajudado…” Mas pode ser alguém que ainda não tenho consciencializado que precisa mesmo de uma ajuda. Nesse caso, ainda não há nada a fazer. No entanto, a pessoa poderá mudar e conscientizar, a determinada altura da sua vida, que não pode continuar assim e que é chegado o momento de agir em prol de uma mudança saudável em prol da almejada felicidade…

Só quem quer ser ajudado é que pode ser ajudado

Nós, na PSICOVIAS, estamos disponíveis para dar essa ajuda que precisa. Para si, para conhecidos seus, ou para pessoas que lhe sejam mais próximas. Marque uma consulta, das mais variadas formas e em diferentes modalidades, no formato presencial ou à distância… Veja aqui como o fazer…