Luto, um ente querido morreu…

Luto, a sofrer com a perda de alguém…

Luto, você pode, realmente, estar a sofrer muito. Ou até parece que quer negar o assunto. Se calhar, nem consegue falar no tema… Estará, portanto, a passar, talvez, por um período muito mau de adaptação à situação… Permita-se, antes de mais, a reconhecer que perder um ente querido traz sofrimento.

Ou não… Porque até pode não se aperceber conscientemente que está a sofrer. Você não consegue fazer a validação do seu sofrimento. Ou então conhece alguém nesta situação “Morreu-lhe a mãe, mas parece que isso não tem consequências nenhumas, anda normal…” Sim, você poderá estar, ou então conhece alguém que esteja, nesta situação…

Quando isso acontece, trata-se, pois, de não haver uma validação de que se sofre… E isto, não haja dúvida, pode prejudicar o processo de luto e o normal fluxo de vida. Os psicólogos sabem-no bem! 

Permita-se voltar ao evento doloroso

Há muita gente nestas condições, que não reconhece a sua dor. Enfim, até se poderá dizer que, afinal de contas, é uma coisa pela qual muitas pessoas passam, e que, portanto, não têm que andar para aí a autovitimizar-se… Esta é, de facto, uma questão que nos aparece, nos consultórios dos psicólogos. E, assim, até pode, realmente, acontecer que você tenha um convite para ir até à lembrança da morte do seu ente querido. Até pode acontecer que você rejeite essa proposta. Você poderá achar que aquilo que o psicólogo lhe está a propor é remexer no negativo, mexer na ferida, levá-lo a ter autocomiseração. Levá-lo a que tenha pena de si…

Mas o psicólogo, o psicoterapeuta, o hipnoterapeuta, pode explicar-lhe melhor a intenção. E a intenção, o objetivo, é que você se compreenda, se respeite e até nutra um sentimento de gratidão por si. Talvez isto lhe esteja a parecer confuso, mas vamos continuar a explanação…

Fale consigo “Sei as emoções dolorosas por que estou a passar…”

Você estará, pois, numa das várias fases pelas quais as pessoas passam quando estão de luto… Vamos expô-las aqui… Mas não sabe, talvez, em que fase se encontra. Poderá, talvez, não estar a perceber bem o que se está a passar consigo…

Sim, existem fases para o luto. Morreu-lhe alguém muito próximo de si… Sabe qual é a sua situação? Por que fases já passou?… Continuemos, então, a ver o que lhe poderá estar a acontecer… Uma das coisas é não reconhecer o seu sofrimento. Mas pode alterar isso. Por exemplo, fechando os olhos e dizer para a parte de si que está magoada “Eu sei o que estás a sentir, sinto-o, compreendo-o, estás com mágoa, e eu respeito isso, e até tenho gratidão pela tua resistência, tu fizeste o melhor que podias, estás a fazer o melhor que consegues e, portanto, eu estou contigo…”

Poderá estar a perguntar: “Mas então não tenho é que pensar na pessoa que morreu?” Poderá você dar uma resposta deste tipo “Sim, mas por agora tenho mesmo que tratar de mim, e para tal tenho que reconhecer que preciso de ter um tratamento, tenho, antes de mais, que reconhecer a minha dor…”

Acabámos, pois, por descrever uma das fase do luto: a validação do Sofrimento. O ideal é que fosse a primeira, mas nem sempre isso se verifica. De facto, as fases de luto não têm a mesma ordem para todas as pessoas.  A cada minuto que passa, há muita gente a morrer no mundo inteiro. Portanto, o luto é inevitável na vida das pessoas. Mas nem toda a gente lida da mesma maneira com o luto.

Há muitos estudos científicos sobre o luto

De facto, há muitos estudos nesta matéria. Há estudos em relação ao modo como a pessoa vive o seu luto. E há também estudos sobre as estratégias que são usadas para abordar as situações de luto nas outras pessoas. Ora, a maior parte das vezes, apontam alguns estudos, essas estratégias estarão erradas… Ou seja, por exemplo, será adequado dizermos a uma pessoa em luto que tenha coragem para seguir em frente? Adiantará, de facto, alguma coisa?

Já iremos ver melhor essa questão. Por agora continuemos a apresentar as diferentes fase do luto pela morte de um nosso ente querido.

Falámos do reconhecimento da dor. Você pode estar nesta fase: reconhece o seu grande sofrimento pela morte de alguém… Mas você pode estar noutra situação: pode estar zangada. E isso até poderá ser “bom”. Porque pior poderá ser não reconhecer a zanga. De facto, esta zanga, se não reconhecida, pode trazer culpa. E nada pior que a culpa, não é?

Fale consigo “Sei o que estás a sentir neste luto, muita zanga, mas é natural…”

Sim, a culpa faz-nos mal, muito mal. E nem sempre reconhecemos a origem dessa culpa. Que poderá estar numa zanga. Sim, podemos estar com muita zanga. Essa zanga pode até ser com a pessoa querida que morreu. Você até pode estar com zanga em relação a Deus. Mas você pode estar com zanga em relação a si… Só que poderá ser uma zanga reprimida, não consciente…

Ora, você tem direito a reconhecer a sua zanga. Uma estratégia que passa pelo não reconhecimento do sofrimento e da zanga não será uma boa estratégia. Porque isso só vai levar a que a ferida não feche, não cicatrize. Você tem direito, sim, a sentir zanga! E pode fazê-lo sem culpa! Não é fácil, porém. Muitas vezes só num ambiente com condições psicoterapêuticas adequadas é que possível…

Mas pense nisso, na zanga, vá tornando-a mais consciente. Por exemplo, procure visualizar a sua parte zangada. E diga-lhe “Podes ter zanga, tens direito a isso, compreendo, mas não tens que exercer castigo, não tens que te vingar, deixa, entrega…”

A culpa, realmente, não ajuda nada no processo do luto

Conhecem-se, realmente, muitos casos de pessoas que culpam o ente-querido que morreu, e, também, aquelas com muita raiva dirigida a outras pessoas, como, por exemplo, ao médico que acompanhou o processo de doença…

Como já referimos, a culpa também pode ser até mesmo dirigida a Deus. De facto, há pessoas que chegam, por exemplo, de deixar ir à missa, porque deixaram de acreditar no seu Deus protetor.

Só que outras pessoas dirigem a raiva para dentro de si, culpam-se severamente e essas até terão mais dificuldades em ultrapassar o luto.

O que você pode fazer para ajudar alguém a mitigar o seu luto?

Realmente, pode ser que você conheça alguém nesta situação. Então talvez possa ajudar estando, simplesmente, ao pé da pessoa que está de luto – simplesmente com a sua presença. Talvez possa bastar criar um espaço no qual a dor da pessoa, ou a sua zanga, se possa manifestar de forma compartilhada.

Na verdade, sofre-se no luto, porque se verificou a perda de alguém com significado. E também porque aviva a nossa angústia existencial. Vemos na finitude dos outros a nossa própria mortalidade. Não há maneira de fugirmos a este sofrimento, faz parte da nossa vida. E quanto mais profundamente estivermos ligados a determinada pessoa, maior vai ser esse nosso sofrimento.

Portanto, muitas vezes, o melhor que podemos fazer é, realmente, estar com a pessoa enlutada, apenas estar…

Para além do direito ao sofrimento, à zanga, há mais etapas no processo de luto

Continuemos a falar das diferentes fases do luto… Mesmo considerando que, como já referimos, essas fases não se apliquem a todas as pessoas, a todas as situações, de igual forma, vamos continuar a fazer aqui uma descrição sucinta dessas possíveis etapas…

Já falámos, portanto, da negação. Realmente, há pessoas que, com o luto, ficam em choque, não aceitam, não entendem, negam… E nem é bem negar o que aconteceu, poderá ser mais não acreditar que nunca mais se vai estar com determinada pessoa… Por um lado, é “bom” que isso nos aconteça, porque nos protege de uma avalancha de emoções que podem ser muito traumáticas, com consequências muito nefastas para a nossa saúde psicológica… Mas temos que reconhecer o nosso sofrimento e a tal zanga que pode estar associada ao evento…

Já falámos do reconhecimento da própria dor. Na verdade, pode não acontecer logo a seguir à perda, pode só acontecer depois de algum tempo, por vezes só ao fim de muito tempo… Mas há pessoas que deprimem mesmo. Pode ser o seu caso, você pode andar com um extremo cansaço, sem apetite, com uma grande agitação, ou apatia… Você pode andar a isolar-se, pode andar mais em silêncio, sem sono, a dormir mal…

Você pode andar muito triste com o seu luto e isso pode ser natural

Realmente, você pode andar “simplesmente” triste.  Ou seja, tal como muita gente, você pode não estar numa depressão. Na verdade, é sabido, estar triste não é sinónimo de estar deprimido. Há pessoas que não chegam a ter uma depressão, porque, afinal, tomam consciência que ficar triste no luto é natural, têm consciência que deixar fluir a tristeza faz parte do processo de viver. Realmente há pessoas, ainda que possam tomar o seu tempo no processo de luto, depois de viverem períodos com muito sofrimento, acabam por alcançar a paz interior.

É isso que, saudavelmente, deve acontecer. Ou seja, faz mesmo parte da vida…

Há pessoas que, de facto, talvez ainda sintam tristeza, saudade, mas acabam por considerar que isso, realmente, faz parte da vida. Podem até não terem instalado uma alegria sustentável, mas já se podem lembrar, com uma certa serenidade de espírito, do seu ente querido perdido e avançam… De facto, o que não deve, realmente, acontecer, é que a pessoa nunca chegue a ultrapassar a sua dor, porque isso vai ter, com certeza, reflexos muito perturbadores na sua vida…

Para além da 1ª e da 2ª, pode haver uma 3ª etapa: a Compreensão

Muitas vezes não somos capazes de aceitar. Muitas vezes não conseguimos tolerar, não conseguimos perdoar, porque, basicamente, não conseguimos compreender.

E não conseguimos compreender porque julgamos, emitimos juízos de valor. Ora, é preciso compreender que as mortes existem, as doenças existem… São, ainda que custe, fenómenos naturais… Sempre se verificaram, verificam-se se sempre se verificarão no futuro… Não estamos a aceitar, não estamos a concordar, não estamos sequer obrigados a compreender… De resto isto também é válido para as duas etapas anterior, ou seja, não somos obrigados a nada… Não somos, pois, obrigados, a aceitar que estamos a sofrer, a aceitar que estamos zangados e também não estamos obrigados a compreender.

Parece, voltamos a repetir, que há aqui um paradoxo, mas o que será certo é quando nos desobrigamos sentimo-nos mais em paz e conseguimos aceitar melhor…

Cada pessoa terá o seu tempo próprio para cada uma destas etapas de luto

Este será o grande trabalho do psicólogo: perceber em que fase está a pessoa que o procura. E o tempo é aquele que for necessário… Supondo que você andará por esta fase, você poderá fazer alguns exercícios, recordando o evento da perda do seu ente querido: “Eu posso permitir-me julgar que o que aconteceu não está certo, e posso estar nesta fase o tempo que for necessário…”, “Eu posso não querer compreender, eu tenho direito a não querer aceitar, só pararei de julgar quando eu quiser……” Mas inclua também: “Eu irei compreender apenas quando eu me permitir a isso…” Vai ver que, a seu tempo, você irá acabar por compreender, sem fazer julgamentos.

Você talvez queira chegar à 4ª etapa do luto: a Aceitação

Mas será que aceitar é o mesmo que concordar? Tem que concordar que tivesse acontecido o falecimento do seu ente querido? Tem que se resignar?

Não, não tem que se resignar, não tem que estar de acordo… Tem apenas que constatar… Sim, constatar que aquela pessoa com tanto significado para si morreu… Lamenta muito, mas constata que não há volta a dar, a pessoa não vai voltar a ter vida, não se pode reverter a situação, a pessoa “partiu” mesmo… Não vale a pena deixar a ferida aberta, o caminho é continuar-se a vida… E até poderá continuar a sua vida pensando, sentindo, que aquele seu ente querido que partiu é isso mesmo que deseja para si: que continue a sua vida de forma serena, tranquila, em paz interior…

Para tal, faça este exercício, dizendo para si, ao mesmo tempo que recordo o evento do luto: “Eu tenho o direito a não aceitar o que aconteceu, posso não aceitar durante o tempo que eu quiser…, só aceitarei quando tiver preparação para tal…”

E pode também dizer: “Quando eu aceitar o que aconteceu não quer dizer que concorde com o que aconteceu, ou que me resigne…” Pode terminar dizendo: “Eu vou aceitar, mas só quando eu me permitir a isso!”

O luto faz parte da vida, não é?

Há pessoas que, de facto, talvez ainda sintam tristeza, saudade, mas acabam por considerar que isso, realmente, faz parte da vida. Podem até não ter instalado uma alegria sustentável, mas já se podem lembrar, com uma certa serenidade de espírito, do seu ente querido perdido e avançam…

De facto, o que se deve evitar, o que não deve, realmente, acontecer, é que a pessoa nunca chegue a ultrapassar a sua dor, porque isso vai ter, com certeza, reflexos muito perturbadores no decurso da sua vida…

Na 5ª etapa do luto pode acontecer o Perdão

Poderá ser estranho, à primeira vista, que a temática do Perdão seja para aqui chamada, para um assunto relacionado com o Luto… Mas vamos refletir, então, sobre isso, sobre o facto de muitas vezes estar associada a emoção de culpa num processo de luto… Porque, frequentemente, estão presentes dilemas. Estamos a falar de dilemas que envolvem interações relacionais vivenciadas aquando de um processo de luto.

Voltemos então a falar da culpa…  A tal culpa que, realmente, não ajuda nada no processo do luto, a tal raiva dirigida para dentro de si. Quando nos acusamos, quase sempre, ou mesmo sempre, é quando tomamos consciência que somos muito limitados como pessoas. Não estamos satisfeitos connosco.

E podemos sentir culpa num processo de luto por várias razões…

Você pode estar a sentir culpa porque, por exemplo, acha que não fez tudo o que estava ao seu alcance pelo seu ente querido…

Pode estar a sentir culpa porque não disse as vezes suficientes, ou, se calhar, até nunca chegou a dizer, o quanto amava a pessoa que faleceu.

Você acha que não lhe fez as visitas suficientes. acha que poderia ter ajudado mais em termos económicos.

Você acha que um dia lhe respondeu torto…

acha que deveria ter ido ao seu velório, ao seu funeral e não foi…

Você está, portanto, talvez, com a consciência algo pesada.

E isso traz-lhe o tal sentimento que parece que corrói por dentro.

Então pode permitir perdoar-se, ou talvez ainda não…

Sim, pode perdoar-se, e é até o desejável… Mas não tem que forçosamente, obrigatoriamente, perdoar-se logo…

Fez… Poderia ter feito de outra maneira… Sim, talvez… Mas aconteceu assim… Aconteceu, afinal, a morte de alguém que era tão importante para si… Não sabe se tomou as melhores opções quando a pessoa ainda era viva… Não sabe se decidiu bem no período coincidente com a doença ou com o próprio momento mais perto da morte…

Às vezes temos dilemas que nos acarretam culpa. Há pais que se culpam, filhos que se culpam, irmãos, maridos, esposas, amigos que se culpam… E até pensam que, se pudessem voltar atrás, teriam feito de outro modo… E com isto, com este tipo de pensamentos ruminantes, não conseguem ir fazendo uma integração saudável do seu luto…

Você só se perdoará a si quando quiser perdoar-se…

Você pode estar com estes pensamentos ruminantes, negativos sobre si… E com eles você põe em causa o seu comportamento, as suas decisões… Mas foram decisões tomadas em certas circunstâncias, não se pode, pois, estar a desgastar emocionalmente, sentindo-se impotente por não poder ir ao passado para fazer de outro jeito…

Você, realmente, não teve possibilidade de escolher atuar de outra forma… Pode agora achar que sim… E é isso que lhe dá culpa…

Então antes de mais, faça este exercício em que diz para si:” Eu tenho direito a não perdoar o que fiz!”

Sim, é importante reconhecer isso. E até pode permitir-se continuar a dizer para si: “Tenho direito a manter-me nesta fase, em que sinto remorsos e culpa, o tempo que eu achar por bem!”

Parece um paradoxo, mas será mesmo assim: para se perdoar precisa de reconhecer que não precisa, obrigatoriamente, de o fazer… Portanto, não se perdoe. Irá fazê-lo, sim, mas apenas quando for o tempo certo para o fazer…

Poderá perdoar quem quiser, mas apenas quando achar que sim…

Também poderá perdoar ao seu ente querido que faleceu… Ou até a alguém muito próximo desse seu ente querido…

É verdade, podemos ficar ressentidos com alguém que, entretanto, morre… Era alguém a quem queria muito, não era?… Pois, você poderá achar que aquela pessoa não seguiu os seus conselhos. Pode até ser o seu filho que nunca seguiu as suas orientações… ser o seu marido que se suicidou, deixando-a na penúria… até ter sido a sua mãe que, afinal de contas, levou uma vida sempre com tanta ansiedade, que nem tempo teve para lhe dedicar…

Pode, pois, fazer o seguinte exercício, falando para si: “Só perdoarei aquela pessoa quando eu quiser, quando estiver na posse de condições para tal!”

A penúltima etapa do luto é a Gratidão

Pode achar estranho… “Então, ainda tenho que agradecer aquilo que me aconteceu?!” Realmente, poderá você agradecer o facto de ter acontecido aquele evento ligado à morte de um seu ente querido?

Bem…, não é bem isso, naturalmente… Ainda que, se calhar, também poderá ser isso… Porque, afinal de contas, há eventos que poderão ter sido muito traumáticos, mas que também contribuem para o nosso desenvolvimento pessoal, para o nosso crescimento espiritual…

Foquemo-nos, no entanto, mais na gratidão que podemos dirigir a nós mesmos… Na verdade, depois de termos passado pelas fases do luto que atrás descrevemos, podemos achar que fizemos um grande trabalho interior e que nos tornámos em pessoas mais ricas em termos de desenvolvimento humano pleno. Sim, há muitos casos de pessoas que reconhecem que isso aconteceu mesmo.

Foquemo-nos, então, do mesmo modo, na gratidão que podemos dirigir a outras pessoas… Ao nosso ente querido que nos deixou e também a outras pessoas próximas desse nosso ente querido. Também elas contribuíram, através das fases do luto que atrás descrevemos, para a atribuição de novos significados a vários aspetos da nossa vida. Afinal de contas, contribuiram mesmo para nos transformarmos em pessoas melhores, para percebermos melhor o nosso propósito de vida, para entendermos melhor a nossa missão…

Você pode exercitar o poder da Gratidão

Realmente, o poder está dentro de nós… Tudo isso do poder vem de dentro de nós…Você, realmente, tem esse poder: o poder de se transformar, de recomeçar sempre que quiser, a cada nova respiração… Inspire e pode começar de novo. Pode recomeçar sempre a cada nova inspiração que faça.

Você, na verdade, tem mesmo essa sabedoria dentro de si! Há quem lhe chame a força do amor, da luz… Não importa a designação, você é capaz de ultrapassar…, mas apenas se quiser e quando quiser…

Então exercite o seu poder de gratidão, dizendo para si: “Eu recordo o evento ligado à morte do meu ente querido… Eu estou grato a mim próprio, agradeço, talvez em primeiro lugar, a mim…, estou grato ao meu ente querido, também estou grato outras pessoas envolvidas mais ou menos diretamente…”

Mas diga também “Estarei grata apenas e só se quiser…, quando estiver preparada para isso mesmo…”

A última etapa do luto é a Libertação

Libertação de quê? Das memórias? Não, de modo nenhum, as lembranças permanecerão… Mas são lembradas de outro modo, pois foram ressignificadas, foram reprocessadas, foram transformadas, foram restruturadas, enfim não importa o termo que poderemos usar…

Então de que libertação é que estamos a falar?

Estamos a falar, tão somente, de nos termos livrado da perturbação, do sofrimento que não serve para nada, da dor inútil… A memória continua lá, mas até nos podemos esquecer de nos lembrar… O que importa é que já não estamos controlados por essa memória, presos, diminuídos, impotentes, frágeis, com medos inúteis, receios exagerados incapacitantes…

Podemos, simplesmente, com respeito, lembrar essa dor, simplesmente compreender, sem julgamento, aceitar esse sofrimento, para que possamos viver com mais paz interior.

Para tal, nesse sentido, você pode fazer este exercício de dizer para si: “Eu inspiro e expiro, calmamente, profundamente e, à medida que me concentro na minha respiração, sinto-me cada vez mais em paz, com serenidade, tranquilidade, plenitude, em harmonia…”

Nota:

Inspirámo-nos para a redação deste artigo no “Modelo de Sofrimento de Kübler-Ross”

e também na

adaptação deste modelo à temática do Perdão de Mário Rui Santos

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