Irritação, todos nós podemos ter episódios
Antes de mais, reconheçamos: é natural sentirmos irritação. Ora, o problema existe quando a pessoa anda neste estado de humor de uma forma mais permanente.
Sim, todos nós nos podemos agastar com longas filas de trânsito. Ou quando precisamos de resolver um assunto premente em locais mais burocráticos. De facto, de vez em quando é normal.
A irritação pode ajudar-nos a fazer aprendizagens
Sim, até nos ajuda a mudarmos para comportamentos mais ajustados. “Não gosto de estar em filas de trânsito? Então vou estudar itinerários alternativos ou vou sair mais cedo de casa”. “Não gosto de estar à espera que me atendam? Então vou aproveitar para ler um livro. Ou enviar um email, ou ligar a alguém”.
A irritação está ligada a uma vida com mais stress?
De facto, é notório: as pessoas que vivem em centros urbanos podem apresentar um maior nível de irritabilidade. Isto em relação às que vivem em centros mais pequenos, em que o ritmo de vida é mais pacato. Mas o stress não tem que servir de desculpa. Podemos estar, realmente, diante de um quadro clínico de ansiedade ou depressão quando a irritação se apresenta de uma forma crónica.
Cuidado com elevados níveis de irritação
Sim, convém reparar nisso porque frequentes e altos níveis de irritabilidade poderão indiciar que algo está mal com a pessoa. De facto, uma depressão poderá estar a espreitar. Pode começar a não se perceber bem se estamos diante de alguém irritadiço ou se é raiva. Se é uma tendência para a zanga ou se é um nível de frustração muito exagerado. Ou se é mesmo uma preocupante depressão.
Tudo é percecionado como negativo
A pessoa irritadiça reage ao mundo com muita negatividade. Tudo é passível de irritação: pequenas coisas poderão tornar-se fonte de conflito. Ora, o que a pessoa pode estar é deprimida, com muita dificuldade em regular os seus impulsos, com elevadas cargas de stress, sem capacidade de fazer uma autorregulação emocional ou um simples relaxamento.
As consequências podem ser muito nefastas
Sim, a pessoa isola-se, distancia-se de amigo e familiares, conflitua num contexto amoroso ou conjugal. E tudo isso pode levar ao divórcio, a um despedimento em contexto de trabalho, e tudo isso vai levar a uma vida com mais frustração e com menos felicidade .
A pessoa pode, ou não, reconhecer a sua irritação
Sim, por vezes a pessoa percebe as suas reações como desproporcionadas. E até se pode sentir muito desconfortável em relação a isso. Pode começar a verificar que experimenta níveis de zanga muito frequentemente. É um bom sinal, pois significa que tem capacidade para perceber que está a precisar de uma ajuda profissional.
É “só” irritabilidade? Então, pode não ser depressão
Sim, porque alguém deprimido apresenta outros sintomas concomitantes: perda de interesse pela vida, muita tristeza, falta de propósito, insónias, crenças cheias de culpa, cefaleias, incapacidade de concentração, perda ou aumento de peso, etc., etc.
E como é que se reconhece que é irritação a mais?
Muitas vezes os motivos são fúteis: ruídos, conversas banais ouvidas na rua, brincadeiras inofensivas de crianças, o trânsito mais buliçoso, etc. A pessoa perde a paciência muito facilmente e barafusta ou mesmo insulta outros. A pessoa pode, em algum momento apresentar autocrítica e reconhecer os seus exageros, mas, muitas vezes, têm que ser os outros a fazer-lhe notar.
Uma terapia é fundamental
Sim, para que a pessoa consiga aprender a falhar. Para que aprenda a lidar melhor com a frustração. Para pensar de uma forma mais positiva em relação aos outros e a si próprio. E para ser menos perfecionista. Para praticar a autoaceitação. E para que possa aprender técnicas e exercícios de autorregulação e autocuidado.
Depois de uma psicoterapia um estado de mais acalmia pode regressar
Sim, porque numa psicoterapia, com um psicólogo devidamente credenciado, pode-se aprender a importância de se planear o dia-a-dia. Pode-se reconhecer a relevância de uma alimentação mais equilibrada, de períodos de sono regrados, de exercício físico regular. Sim, o estilo de vida é muito importante!
Pode haver causas mais profundas para a irritação
De facto, as causas da irritabilidade podem ter a ver com dificuldades que até podem estar como que bloqueadas no Sistema Nervoso. E aqui a abordagem psicoterapêutica seguida poderá ter de trabalhar eventuais traumas vividos na infância ou na adolescência. Na Psicovias temos a Psicoterapia EMDR, a Terapia Cognitivo-comportamental, a Hipnose Clínica, entre outras.
A irritação e a irritabilidade em resumo
São emoções naturais, mas que podem ser um sinal de problemas mais sérios, como ansiedade ou depressão, se ocorrerem de maneira crónica. A irritação pode ser aumentada pelo stress e pode ter consequências negativas nas relações pessoais e no trabalho. É importante reconhecer e saber gerir a irritação de maneira saudável, como, por exemplo, fazer exercícios de relaxamento ou procurar ajuda profissional se a irritabilidade se tornar um problema persistente.