Fobia de conduzir: o seu terapeuta vai falar-lhe primeiro sobre fobias
Vai dizer-lhe que a sua fobia de conduzir é uma das muitas fobias que existem. E que são, em síntese, medos irracionais. De facto, uma fobia é um estado mental. E também um estado físico. É um estado fóbico em que se destaca um medo irracional em relação a determinada situação.
Terapia EMDR para fobias já conhece?
Ter medo até é uma coisa normal e ainda bem que o temos, pois isso protege-nos, mas, e quando é exagerado?…
Fobia: quando os seus medos não estão de acordo com o perigo real
As fobias são, realmente, medos exagerados, que perduram no tempo. São exagerados e irracionais. Podem acontecer na presença da situação fóbica ou mesmo quando “apenas” se antecipa a situação, provocando sempre uma ansiedade exagerada.
As suas reações a uma fobia poderão ser diversas. Pode ficar paralisado ou muito agitado. Pode gritar, pode fugir. Percebe o seu comportamento ilógico, não racional, que não há fundamento para aquele medo, mas…
Mas você tem um medo persistente, excessivo e irracional. Reage de uma forma muito ansiogénica, ou até em pânico. Quando antecipa a situação começa logo a sofrer e passa a evitar conduzir.
Fobia de conduzir tem um nome: amaxofobia
Afetará, dizem alguns estudos, cerca de quase 20% das pessoas. Se você tem esta perturbação terá um medo intenso, um temor face à incapacidade de conseguir conduzir um veículo, ou sequer pensar em fazê-lo, em segurança.
Você é invadido por uma crise aguda de ansiedade, às vezes mesmo por um ataque de pânico, enquanto se encontra a conduzir. Outras vezes pode mesmo levar a quadros de depressão.
Uma pessoa com este tipo de fobia passa por uma intensa sensação de falta de autocontrolo, com pensamentos catastróficos sobre o que poderá acontecer se continuar a conduzir a sua viatura.
Se você sofre de amaxofobia sabe que…
Sabe que o seu pensamento fica bloqueado e que as suas emoções ficam descontroladas. Sabe que começa a pensar que não é realmente capaz para poder continuar a conduzir em segurança para si e terceiros. O medo absorve-o de tal maneira que tem mesmo que parar e desistir de tentar conduzir mais.
Ora, tudo isto pode levá-lo a pensar negativamente sobre si próprio. Pode pensar que não tem valor suficiente, que é inferior aos outros, que é pior que os outros. E a sua autoestima fica em baixo. Tudo isto num círculo vicioso que reforça o seu medo e insegurança a conduzir.
Fobia de conduzir: presentes pensamentos ligados à morte
O medo de morrer, ou de causar a morte a terceiros, pode não estar totalmente consciente, mas poderá ser tal que você passa a evitar a situação. Descobre que é essa a solução para o seu elevado medo e ansiedade.
Pode também não estar muito consciente disso, mas você poderá não ser dado a muito flexibilidade e ser mais rígido, mais regrado, a gostar de ter tudo sob o seu controlo, mais perfecionista. Será?…
O amaxófobo, ou amaxofóbico, sente uma grande vulnerabilidade
Você interpreta determinados estímulos com um risco excessivo. Mantém uma crença de que não possui a capacidade suficiente para lidar com a situação de conduzir, que não tem a capacidade para enfrentar os desafios da estrada e as suas ameaças.
Fobia de conduzir: você precisará de fazer uma restruturação mental
Precisará de levar a cabo uma ressignificação, para poder perceber que não há razão, nem emoção, para sentir tal medo. Para que não tenha de parar e encostar à berma. Para que não continue a achar que vai originar um acidente rodoviário de consequências imprevisíveis.
Ora, você precisa de fazer uma reconstrução cognitiva para que mude as suas ideias, as suas crenças, os seus pensamentos errados sobre o trânsito, sobre o ato de conduzir.
O seu terapeuta vai usar técnicas de exposição, de forma progressiva e orientada, em que se vai confrontar com as tais situações temidas.
Você pode não saber porque é que tem medo de conduzir
Tal como alguém não sabe porque é que tem medo de aranhas, ou de palhaços, ou simplesmente de andar de avião. A sua parte emocional não entende. Ou seja, muitas vezes, não há congruência entre a parte racional e emocional.
De facto, racionalmente, você até sabe que não há assim tanto perigo, mas a sua parte emocional não entende isso. As suas emoções não distinguem a realidade da ficção. E é isso que lhe pode acontecer na estrada, quando conduz.
Na verdade, o seu lado emocional não entende que não está a correr um perigo assim tão grande. Quer dizer há sempre perigo em conduzir, mas não um perigo catastrófico – só que alguém com uma amaxofobia acabou por fazer esta associação: o ato de conduzir é um grande perigo, muitas vezes um perigo eminente de morte.
E, portanto, entra em pânico, numa reação de pavor com toda a sintomatologia física associada.
Correm-se riscos ao conduzir, mas é um risco calculado e controlável
Você pode adotar uma condução mais defensiva e o risco de ter um acidente será muito menor. De facto, a esmagadora maioria das pessoas morre sem ser por acidente de automóvel – morrem sim de velhice, não por estarem a conduzir. A verdade é que, de um modo geral, pode ser considerado seguro viajar de automóvel.
Fobia de conduzir, tal como as fobias em geral, tem uma origem
Você pode ter desenvolvido as suas fobias logo na infância, fruto de experiências traumáticas. Pode, no entanto, reconhecer que não sabe o motivo da sua dificuldade. De facto, muitas vezes isso acontece, não se consegue identificar uma origem.
Há estudos que apontam para traumas transgeracionais que ficam inscritos em memórias genéticas…