Psicólogo com empatia, o que é isso?

Mesmo não havendo um perigo de vida, as pessoas ajudam-se, frequentemente, umas às outras. E não o fazem unicamente por piedade. Não o fazem apenas por se sentirem mal com o sofrimento de alguém. Não o fazem só por compaixão. Ou apenas por simpatia, nem somente por altruísmo, por filantropia… Fazem-no porque têm empatia pelo outro.

De facto, somos empáticos quando compreendemos o outro, colocando-nos no lugar do outro. Ora, colocarmo-nos no lugar do outro significa vermos o problema pelo “olhar” do outro, não pelo nosso.

Diversas formas de reagir ao sofrimento

Realmente, há diversas formas de reagirmos ao sofrimento dos outros. Ou seja, o sofrimento de outra pessoa pode desencadear em nós várias emoções. Podemos reagir, como já referimos, com compaixão, com piedade. Podemos reagir com simpatia, com altruísmo e até com filantropia.

Ora, o psicólogo responde, primordialmente, com empatia à pessoa que tem pela frente. Também pode ser simpático, até pode apresentar um sorriso na face, ou outra expressão que denote atenção à pessoa, mas, sobretudo, apresenta empatia.

De facto, ser empático é mais do que ser simpático.  Um psicólogo empático pratica a escuta ativa, compreendendo o ponto de vista da pessoa pela esfera de valores da pessoa, não pelas suas únicas referências.

Não somos juízes de ninguém

Muitas vezes, no nosso dia a dia, podemos achar que determinada queixa de uma pessoa é um absurdo. Podemos achar que aquilo não tem qualquer dificuldade. Neste caso, não estamos a exercer empatia. Achamos, realmente, que a pessoa apresenta um problema que, para nós, não é problema nenhum.

Ora, nós podemos achar que temos o nosso ponto de vista, claro, mas devemos considerar que ele é formado através da nossa consciência. Portanto, a outra pessoa também tem a sua própria consciência, que é diferente, naturalmente, da nossa.

Assim, nós podemos adotar a postura de que não somos juízes de ninguém, que não somos juízes das opções morais das outras pessoas. Desde que, obviamente, não transgridam de modo severo a lei, Ou desde que não ponham em causa os valores fundamentais da vida.

De facto, um psicólogo tem que adotar permanentemente uma atitude empática. Na verdade, a pessoa apresenta sofrimento, apresenta dificuldades ou limitações Portanto, o psicólogo deve estar lá com a sua empatia, compreendendo as queixas apresentadas. E sem juízos de valor…

Compreender o sofrimento do outro

Por vezes, no nosso dia a dia, ouvimos amigos nossos a queixarem-se. Por exemplo, queixam-se de uma desilusão amorosa qualquer. Enfim, poderemos considerar que aquela situação não merece qualquer importância. E até nos podemos interrogar em relação ao facto de aquilo lhe estar a causar sofrimento. Porque, enfim, na nossa ótica bastava que esquecesse aquela pessoa e partisse para outra.

Ora, um psicólogo não faz isto, ouve a pessoa, compreendendo o seu sofrimento. E fá-lo à luz das referências de quem está a viver a situação. Ou seja, o psicólogo não vai achar que a forma como a pessoa está a reagir a uma desilusão amorosa qualquer é uma parvoíce. Portanto, vai ter que pôr de lado o seu próprio quadro de referências. E isso para exercer empatia com aquela pessoa que tem pela frente.

Ou seja, o psicólogo tem que, digamos assim, pôr o seu ego de lado, para estar, por exemplo com atenção às expressões faciais da pessoa. Para estar atento à sua respiração. Para estar com atenção às emoções que a pessoa apresenta. Enfim, para compreender se são de raiva, de mágoa, de deceção… Ou para perceber se são de ressentimento, de tristeza, se são de apatia. Ou até para perceber se são “apenas” representação…

Nem toda as pessoas reagem da mesma maneira

De facto, o psicólogo deve estar atento à informação que a pessoa lhe traz. Mas deve estar atento de uma forma empática e não projetiva. Isto porque, se o fizer de uma forma projetiva, estará a ver no outro as suas próprias dificuldades. Não está, portanto, a ver as dificuldades da pessoa que tem à sua frente. Ou seja, não estará a perceber a outra pessoa, mas sim a perceber-se a si próprio na outra pessoa.

Portanto, o psicólogo, digamos assim, tem que se esquecer de si mesmo, para estar numa escuta ativa. Ou seja, tal como um ator que, quando representa a sua personagem, se esquece de si próprio. De facto, o psicólogo tem é que estar centrado na pessoa que o procura. Tem que estar atento às perceções da pessoa, não às suas. Enfim, tem que estar ao seu serviço, exercendo uma empatia permanente com a pessoa.

Perceber o sofrimento, seja ele grande ou pequeno

Exercer a empatia é pois percebermos, de facto, o nosso interlocutor. Não, é, pois, percebermo-nos, a nós mesmos, nas reações do nosso interlocutor.  É perceber, sim, o seu sofrimento, seja ele grande, médio ou pequeno. É perceber que a temática da pessoa a nós até possa não fazer qualquer sentido… Mas, mesmo assim, percebermos que para ela é importante. Empatia põe, pois, de lado a projeção.

Enfim, o facto de, habitualmente, nos projetarmos no outro, isso até poderá ajudar… De facto, muitas vezes, poderá ajudar a percebermos melhor o seu sofrimento. Ou seja, se já passámos por situações semelhantes poderemos, talvez, compreender melhor… Mas também sabemos que nem toda as pessoas reagem da mesma maneira a determinados eventos. Logo, nem sempre as nossas experiências servem para compreendermos melhor aquilo que alguém estará a vivenciar…

Vontade genuína de ajudar

É certo que para exercermos a empatia é necessário estarmos disponíveis para ouvir atentamente a pessoa. Mas para estarmos disponíveis é necessário que estejamos bem com nós mesmos. Portanto, um psicólogo tem que estar bem consigo mesmo. Isto numa sessão psicoterapêutica. Enfim, para poder exercer a empatia no momento em que, ouve a pessoa que tem à sua frente.

E para que a empatia seja genuína tem que haver uma vontade genuína de ajudar. É certo que um psicólogo é remunerado por ajudar as pessoas… Mas a vontade de ganhar dinheiro não pode ser a sua única motivação. Deve possuir, igualmente,  uma vontade genuína em ajudar as pessoas a ultrapassarem o seu sofrimento.

Mas há outro aspeto importante no exercício da empatia que é a questão da vivência intrínseca, digamos assim, do sofrimento da outra pessoa. Ou seja, um psicólogo exerce empatia de uma forma saudável para si mesmo, não se deixando absorver no sofrimento do outro. Enfim, se o fizesse adoeceria. É claro que não tem que ser como que um psicopata, a quem o sofrimento dos outros não afeta minimamente. Mas tem que saber manter determinada distância, para não ficar envolvido de um modo patológico na relação psicoterapêutica…. Tem, pois, que praticar empatia, mas com isenção….

Empatia de uma forma saudável, isenta

É claro que não é uma isenção indiferente em relação à dor apresentada pela outra pessoa. O psicólogo deve, realmente, sentir, compreender genuinamente… Mas não ao ponto de se poder como que afogar no turbilhão das emoções negativas. Enfim, um turbilhão que, frequentemente, apresentam as pessoas que o procuram…. Realmente, só assim poderá ficar saudável de modo a poder ajudar essas mesmas pessoas que o procuram.

De resto, é aquilo que se passa também no campo da medicina, ou em qualquer contexto de ajuda… Ou seja, o médico, o socorrista, qualquer pessoa, para ajudar outra pessoa tem que ter condições para o fazer. Realmente, não pode estar doente, sem forças, não pode estar perturbada… Se isso acontecer, a ajuda não acontecerá, ou pelo menos baixará muito de qualidade…

Portanto, em suma, um psicólogo tem que exercer empatia de uma forma saudável, isenta… Aliás, se não for assim nem sequer podemos falar de empatia. Aí estaremos a falar de outra coisa qualquer… Estaremos, por exemplo, a falar de alguém que, parecendo estar a ajudar, apenas se se imiscui. E fá-lo de tal forma nos problemas da outra pessoa que acaba tudo por se confundir em sofrimento. E isso pode acabar com ambas as pessoas a precisarem de ajuda de uma terceira.

Um psicólogo é humano

Há outro aspeto importante a focar. É que, em psicoterapia, pode acontecer que o sofrimento da outra pessoa mexa com temáticas algo semelhantes às do psicoterapeuta. Isso é normal, ou seja, um psicólogo é humano! E aí pode identificar-se com a perturbação apresentada pela pessoa que o procura. Ora, se aquilo mexer com o psicólogo, ou psicoterapeuta, de uma forma intensa, este não vai ter as tais condições para ajudar o outro. De fato, o que pode acontecer é ficar igualmente perturbado com a situação.

É daqui que advém a necessidade de um psicólogo, ou de um psicoterapeuta, se conhecer bem. E tem, com efeito, de se conhecer bem em relação às sua próprias problemáticas pessoais. É claro que as pode ter, é claro que pode ter dificuldades. Pode ter limitações psicológicas, mas deverá conhecê-las. E é por isso que é tão importante um psicólogo passar também por sessões de psicoterapia. É importante que passe por ações de desenvolvimento pessoal. E é importante meditar, refletir, interrogar-se. É importante que reconheçar as suas fragilidades, os seus pontos mais fracos. Que saiba quais são as suas sombras não resolvidas, que saiba identificar as suas energias mais contaminadas…

De facto, se o psicólogo não estiver previamente preparado, pode começar a sofrer juntamente com a pessoa. Enão é, de facto, isso que se pretende numa relação psicoterapêutica. Portanto, como já referimos, um psicólogo tem que praticar uma empatia isenta, não indiferente, é certo, mas isenta…

Egoísmo saudável

Para se perceber melhor esta questão, vejamos… Todos nós poderemos conhecer, nas nossas vidas quotidianas, aquelas pessoas que nos estragam determinado momento do nosso dia. Podem começar a falar de forma compulsiva dos seus problemas, das suas doenças, das suas desgraças… Enfim, falam sem parar. Lamentam-se, choram, carpem as suas mágoas e tristezas, mostram raiva, sem nós estarmos disponíveis para tal… Ora se não estivermos preparados emocionalmente para resistirmos a receber toda aquela carga negativa, vamos ficar também perturbados. Por vezes para o resto do dia, para não dizermos para a semana inteira…

Portanto,  ainda que de uma forma o mais educada possível, com o máximo de assertividade possível, podemos permitir-nos não continuar a ouvir este tipo de pessoas. São pessoas a quem se chama, muitas vezes, de tóxicas… Porque, de facto, se não estamos disponíveis em termos emocionais, o que temos que acautelar em primeiro lugar é a nossa própria saúde mental. Estaremos, portanto, a exercer um egoísmo, mas que, neste caso, é salutar e adaptativo. É salutar para nós e até acaba por não ser prejudicial para a outras pessoa… Porque, a maior parte das vezes, é esse o seu funcionamento, nada adiantando, em benefício dela, estarmos a ouvi-la…

Evitar que sejamos tomados pelo sofrimento

De facto, estas pessoas irão, muito provavelmente, continuar a carpir as suas mágoas, a vitimizar-se, a lamentarem-se. Vão continuar a despejar a sua raiva, ou o seu sofrimento para cima de outras pessoas com as quais se vão cruzando…. Enfim, começam por solicitar empatia, mas depois acabam por sequestrar emocionalmente as pessoas que se predispõem a tal.

Pode, no entanto, acontecer estarmos disponíveis para essas pessoas…. E podemos, então, ouvi-las… Só que aqui devemos fazê-lo com a tal empatia isenta, de modo a que a sua carga emocional negativa não nos contamine. Devemos, pois, adotar uma atitude empática, mas saudável. Isto de modo a que eventuais energias negativas nossas, eventualmente despertas, não se somem às dela, piorando até, ainda mais, a situação. Podemos, pois, sentir a dor da pessoa, mas devemos evitar que sejamos tomados pelo seu sofrimento. Podemos, portanto, responder, mas não reagir. Ou seja, podemos responder de uma forma positiva, não reagindo negativamente…

Porque, de facto, há situações que podem afetar o nosso humor e, de repente, achamos que somos infelizes, frustrados, medrosos, inseguros…. Só que podemos consciencializar que houve algo que nos colocou em determinado estado negativo. E pode ter sido, efetivamente, o relato azedo, amargurado, ou depressivo… Pode ter sido o relato apenas centrado em doenças, desgraças e tragédias. Pode ter sido o relato de alguém que se cruzou connosco em determinada hora do dia… Alguém que como que nos sugou toda a nossa energia positiva…

Mudemos de canal…

De facto, temos que pensar que podemos optar por fazer uma outra escolha… Essa escolha passa por não nos centramos na negatividade, mas sim nas imensas possibilidades que a vida nos oferece para sermos felizes. Existem várias ferramentas  no campo da psicologia, e não só, para tal… Podemos usá-las, pois, para optarmos por privilegiar os sentimentos saudáveis, mesmo que fora de nós aconteçam tantas coisas desagradáveis.

Na verdade, não conseguimos controlar que, de repente, alguém comece a despejar para cima de nós energias negativas. Mas podemos optar por travar logo essa ocorrência, com assertividade. Porque, de facto, podemos não estars disponíveis, naquele momento, para qualquer ajuda. Ou então, podemos ouvir e relacionarmo-nos com a tal empatia isenta. Nessa empatia podemos compreender o sofrimento do outro, desde que não nos contamine, que não nos faça também “adoecer”. Porque, de facto, muitas vezes, o sofrimento do outro pode mexer com as nossas sombras inconscientes…

Portanto, mudemos de canal quando quisermos… Mudemos quando acharmos que a transmissão que está a ocorrer naquele momento não nos está a fazer nada bem. Porque como alguém dizia, sentimentos são canais, e nós podemos sintonizar canais positivos na nossas vidas. Podemos sintonizar o canal da alegria, da autoconfiança, da autossegurança. Podemos sintonizar o canal da serenidade, da apreciação das mais pequenas coisas.

E podemos evitar os canais que apenas transmitem as tais desgraças, lamentações, sofrimento inútil antecipatório…. Ora, isso irá melhorar, com certeza, a nossa capacidade de empatia… Ora, um psicólogo, por dever profissional, tem que o fazer mesmo… Para poder praticar uma empatia genuína e isenta, sempre que atende as pessoas que o procuram.

Um psicólogo exerce, compassivamente, a empatia…

Na verdade, voltamos a referir, de um psicólogo não se espera uma atitude de piedade. De facto, um psicólogo não se sente mal com o sofrimento de alguém, no seu consultório, ao ponto de como que também ficar “doente”. Não fica doente só de tomar conta de dores psicológicas que para a pessoa poderão ser, mais ou menos, enormes. Espera-se de um psicólogo, isso sim, como já referimos a verdadeira empatia. Também simpatia, naturalmente. Também altruísmo, porque perante o sofrimento de alguém devemos, por uma questão de valores, se estiver ao nosso alcance, ajudar a pessoa que sofre.

Mas, numa consulta com um psicólogo, este estará a ouvir atentamente o relato da pessoa de uma forma empática. Pode proferir palavras de compreensão, é natural que o faça, mas também poderá ficar em silêncio. É claro que, no entanto, esse silêncio irá ser percebido pela pessoa como empatia. São silêncios que levam a pessoa a sentir-se, assim, compreendida e devidamente apoiada.

Um psicólogo é, pois, sobretudo empático! Mas também é compassivo. Já por outro lado, um psicólogo não é misericordioso, não é clemente, não é caritativo. Evitamos falar em compaixão porque esta palavra tem uma conotação algo negativa, mas falamos em ser compassivo. Porque ser compassivo também inclui a simpatia e a empatia que se tem por alguém. Digamos, pois, que um psicólogo exerce, compassivamente, a empatia… Exerce-a, de facto, através de um desejo genuíno de aliviar o sofrimento da pessoa. Exerce-as através de um empenhamento na procura de uma solução para a situação que a pessoa quer modificar, ou talvez apenas aperfeiçoar, desenvolver…

E fá-lo, não apenas através de um conjunto de técnicas, de um repositório de saberes científicos… Fá-lo como pessoa empática. Fá-lo sabendo que as suas características de personalidade vão ter muita influência no desenrolar do processo terapêutico.

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Talvez queira saber, antes de ter uma consulta na PSICOVIAS, é natural, que tipo de psicólogo é que vai encontrar pela frente.  Pois bem, vai encontrar alguém disponível para exercer consigo uma empatia isenta. Vai encontrar alguém que está disposto a que, juntos, se encontrem caminhos para o seu crescimento e desenvolvimento pessoal. Tudo com técnicas e conhecimentos científicos, mas sempre acompanhados de uma postura próxima, com compreensão, respeito, com empatia…

Na PSICOVIAS adotamos, com efeito, uma abordagem genericamente humanista, integrativa, eclética. É uma abordagem feita à medida de cada pessoa, das suas características individuais e das suas necessidades em que a empatia está sempre presente.

É uma abordagem que assenta em muitos anos de experiência multifacetada, com pessoas nos mais variados contextos: clínico, orientação escolar e profissional, recursos humanos, formação de formadores, trabalhadores sinistrados, etc. Em qualquer uma delas, para que haja resultados no sentido de uma mudança orientada para uma vida mais equilibrada em termos emocionais, é fundamental, estamos realmente convictos disso, que a empatia aconteça na sua forma mais plena e genuína.

Pretende, pois, alguém que o compreenda com genuidade, inteira disponibilidade, em escuta ativa, com uma empatia isenta, alguém com quem possa progredir em termos do seu desenvolvimento pessoal? Estamos disponíveis para si, nos seguintes  locais, datas e horas…