O EMDR é uma psicoterapia rápida e eficaz
De facto, os estudos científicos apontam: o EMDR é uma psicoterapia rápida e eficaz, com evidentes benefícios, céleres e eficientes. Sim, designadamente em dificuldades relacionadas com ansiedade, fobias, depressão, traumas e luto.
A rapidez e a eficácia advém do facto de, nesta abordagem, se usar uma estimulação bilateral que vai permitir um entrosamento entre razão e emoção. Com efeito, a pessoa passa, assim, a dar outros significados a determinadas lembranças ainda muito perturbadoras no presente e outro sentido a experiências traumáticas pelas quais passou ao longo da sua vida.
O EMDR é como que um software psicológico
Realmente, podemos recorrer a esta metáfora, porque depois de uma intervenção com EMDR, todo o nosso “sistema cerebral” foi scaneado. E foram corrigidos erros de arquivamento malsucedido, tendo sido restaurados “ficheiros emocionais corrompidos”. No término do respetivo protocolo, aparecem como que mensagens semelhantes às que aparecem no final de uma intervenção de reparação informática especializada:
O computador foi recuperado com êxito! Já me sinto outra pessoa!
O sistema conseguiu recuperar o ficheiro danificado! O trauma já não me causa sofrimento!
O hardware está agora a funcionar com normalidade! Vejo a situação, antes perturbadora, de outra forma, mais serena!
O EMDR, psicoterapia rápida e eficaz apoiada em estudos científicos
Na verdade, há estudos com evidência científica que apoiam de facto a sua celeridade e eficácia. Esses estudos apontam para o facto dos movimentos oculares interferirem no modo como os nossos dois hemisférios cerebrais dialogam um com o outro. Com efeito, o hemisfério direito cerebral tem, digamos assim, as emoções e sensações físicas ligadas a determinadas lembranças do passado. Já o hemisfério esquerdo tem a parte mais racional, ligada a leituras mais adultas de determinadas situações.
O EMDR trata muitos tipos de traumas
Para o EMDR, o trauma pode ser uma situação em que, numa vivência escolar, o aluno é colocado a falar para a turma. Viu os colegas a rirem-se, viu que a sua voz começou a tremer, e a partir daí passa a evitar falar em público durante toda a sua vida.
Ora, podemos dar outro significado a determinadas lembranças traumáticas. Conseguimos fazer uma mudança qualitativa. Podemos restruturar pensamentos e cognições distorcidas. E tudo isto pode ser feito seguindo uma psicoterapia EMDR.
É o paciente que faz correr o software EMDR
Voltando à metáfora do software informático… Percebe-se que, efetivamente, o nosso cérebro, depois de intervencionado pelo EMDR, fica a funcionar muito melhor…
Um testemunho de um paciente: “E somos nós próprios que fazemos correr o software. O psicoterapeuta fornece o aplicativo, é certo, dá as necessárias orientações para ele ter êxito, mas é o nosso cérebro que faz, praticamente tudo sozinho. E o que é certo, igualmente, é que as manobras feitas, ou seja, as estimulações bilaterais que aplicamos a nós próprios, ou que o psicoterapeuta nos aplica, vão mesmo restaurar ficheiros corrompidos. Vão mesmo restaurar os ficheiros danificados, para transformar aquelas nossas emoções tolhedoras em emoções positivas”
Sim, é isso que vai levar à cura psicológica, porque, com efeito, depois do EMDR, perde-se a carga negativa associada a eventos traumáticos, transforma-se a sua negatividade em neutralidade.
O EMDR é uma psicoterapia rápida e eficaz em fobias diversas
Vejamos um exemplo: uma pessoa adulta sabe que conduzir de carro numa autoestrada, mesmo movimentada, é mais seguro que conduzir numa estrada secundária. Só que quando conduz numa autoestrada reage com medos irracionais, de uma forma menos madura. Ora, o EMDR vai atuar aqui no sentido de que a pessoa reprocesse a situação, levando-a a compreender de uma forma mais adulta a sua dificuldade e a ultrapassar o problema.
O EMDR trata a autoestima abalada
Muitas vezes o que acontece, como resultado de vivências difíceis do passado, é a autoestima da pessoa ficar muito abalada e passar a considerar que não merece coisas boas. Frequentemente, não se julga capaz precisamente por não conseguir olhar de uma forma mais distanciada, mais madura para determinadas vivências do passado.
A pessoa precisa, pois, de ter uma maior sintonia entre o que sente e que pensa em relação à sua própria história de vida. Ou seja, precisa de fazer, digamos assim, um alinhamento das suas cognições, dos seus pensamentos, com as suas emoções, sentimentos e sensações físicas.
O EMDR não apaga memórias
Depois de uma intervenção EMDR, a pessoa consegue lembrar-se das suas memórias difíceis, mas refere que passou a ter uma sensação de que tudo está mais distante, que aquilo que a atormentava já não incomoda mais. O EMDR ajuda, pois, a pessoa a reorganizar-se, de modo a que perceba que o passado está apenas no passado, que o presente é o presente e que tem recursos para projetar um melhor futuro para si.
O EMDR e o Processo Adaptativo de Informação
Há um modelo teórico-científico por detrás da abordagem EMDR. Simplificando ao máximo:
Todos temos um sistema neurobiológico de processamento de informação. É um sistema intrínseco, físico e adaptativo que nos serve para integrarmos as nossas experiências internas e externas. E as memórias dessas experiências vão sendo armazenadas em redes associativas. São estas redes associativas de memórias que vão ser a base das nossas perceções, das nossas atitudes e dos nossos comportamentos.
Com efeito, as experiências que vamos tendo ao longo da vida vão ficando armazenadas como sendo memórias físicas, de vivências que ficam armazenadas no nosso sistema e que vão determinar a nossa saúde ou a nossa doença. Ora, quando se trata de traumas, estes vão causar uma interrupção do processo adaptativo de informação e isso vai provocar resultados de informação não processada corretamente. Assim, esta informação não processada corretamente vai ficar aprisionada em redes de memória.
E será então o EMDR que vai “tratar” determinados pensamentos negativos com origem em eventos traumáticos, considerando que quando se fala de emoções e sentimentos, estamos a remeter para pensamentos prévios à sua ocorrência.
Na verdade, há pensamentos que estão, muitas vezes, ligados, por exemplo, a recordações e determinadas vivências perturbadoras. E isso vai gerar sentimentos negativos. E estes vão gerar comportamentos disfuncionais. Ou seja, se estou angustiado, por exemplo, é porque, antes, pensei em algo que me pôs angustiado, é porque tive um pensamento que me gerou uma emoção de angústia. Só que, frequentemente, os pensamentos têm origem em eventos traumáticos nem sempre num nível consciente…
EMDR, psicoterapia rápida e eficaz em que as sensações corporais são “tratadas”
Com efeito, para o EMDR, é também preciso ter bem presente que uma emoção, neste exemplo angústia, determina um comportamento frequentemente acompanhado de sensações corporais: aperto no peito, dores de cabeça, tremuras, etc., Sem dúvida, para o EMDR, as sensações corporais, as sensações fisiológicas têm que ser “tratadas”. Por exemplo, um aperto no peito, frio na barriga, dores de cabeça, tremuras, tensão nos ombros, tudo isso tem de ser tratado através de um protocolo – um protocolo EMDR com 8 fases bem distintas em que, em algumas dessas fases, se vai a um passado em que “tudo foi mau…”
Usando a angústia ou a ansiedade, como exemplo
Primeiro construímos uma distorção cognitiva e essa distorção pode envolver o modo como nos vemos: “não tenho valor”; o modo como vemos o mundo: “neste país não me tratam com a justiça que mereço”; o modo como vemos o nosso futuro: “não vejo possibilidade de alcançar nada de bom”. Tudo isso vai levar a uma visão muito negativa de si própria.
Realmente, achamos que tudo o que fizemos no passado foi tudo mau, foi tudo negativo, e acha-se que o futuro é negro, que nada nos espera de bom, que vão acontecer só desgraças… E instala-se um mau estar, o desconforto físico, a angústia que nos faz doer, que nos faz adoecer. Ora, o EMDR vai atuar, precisamente, em todas estas vertentes…
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