Ataque de pânico, uma crise intensa de medo
Um ataque de pânico é um episódio súbito e intenso de medo que desencadeia um conjunto de reações físicas que podem parecer um enfarte ou gerar uma sensação de morte iminente. A calma, a tranquilidade, a serenidade não estão, de modo nenhum, presentes.
Mas, embora possam ser muito assustadores, ocorrem na ausência de perigo real e sem causa aparente. Na verdade, na maioria dos casos, manifestam-se poucas vezes ao longo da vida, e acontecem, nomeadamente, em períodos de maior stress. Mas, se se repetem, causando um constante medo de um novo ataque, e outros sintomas de ansiedade, então estamos perante um pânico psicopatológico.
Um ataque de pânico é algo relativamente comum
Os ataques de pânico são, realmente, comuns, afetando anualmente mais de um terço dos adultos. As mulheres apresentam estes episódios mais frequentemente que os homens. Já o pânico psicopatológico, que pode ser tratado com a terapia EMDR, é mais raro afetando uma percentagem mais baixa da população. Acontece mais no final da adolescência e no início da idade adulta.
Os sintomas nas crises de pânico começam subitamente, sem aviso e podem ocorrer em qualquer momento, como a passear, a conduzir, a dormir ou durante uma reunião. Embora variem muito na sua apresentação, os sintomas habitualmente atingem o seu máximo após 10 minutos e, no final, ocorre uma sensação de grande fadiga.
Os sinais e sintomas mais comuns das crises de pânico
Sensação de um perigo iminente
Medo de perder o controlo ou de morrer
Aumento da frequência cardíaca
Transpiração
Tremores
Respiração acelerada e difícil
Calafrios
Afrontamentos
Náuseas
Dores abdominais ou torácicas
Cefaleias
Tonturas
Sensação de desmaio
Dificuldade em engolir
Um medo intenso da repetição
Um dos aspetos mais difíceis dos ataques de pânico é o medo intenso de que estes se repitam, levando o paciente a evitar situações em que estes possam ocorrer ou mesmo evitando sair de casa (agorafobia) porque, para a pessoa nenhum lugar parece seguro.
Ora, sem tratamento, os ataques de pânico acabam por afetar todos os aspetos da vida, seja pessoal ou profissional, e podem levar ao desenvolvimento de várias formas de fobia, afastamento da vida social, problemas no trabalho ou na escola, depressão, tendências suicidas, abuso de álcool ou de drogas.
As causas para um ataque de pânico
Não são bem conhecidas mas pensa-se que vivências do passado,a presença de stress intenso, o temperamento individual, a genética e a alteração no funcionamento de algumas zonas do cérebro podem ser relevantes. Existem fatores de risco acrescidos para a ocorrência de ataques de pânico, como a morte ou doença grave de alguém próximo, alterações importantes na vida, antecedentes de abuso físico ou sexual na infância ou história de um evento traumático, como um acidente ou um assalto.
O diagnóstico e tratamento
Para diagnosticar um ataque de pânico é importante excluir doenças orgânicas que possam causar sintomas semelhantes, como as doenças cardiovasculares ou da tiroide. É, realmente, sempre importante realizar um exame médico completo, mas a avaliação psicológica é um elemento essencial, existindo critérios de diagnóstico bem definidos para o pânico psico patológico.
Quanto ao tratamento pode, nas verdade, incluir medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, mas é fundamental a psicoterapia. Embora afetem a qualidade de vida de modo significativo, é possível, sim, tratá-los eficazmente através de, nomeadamente, hipnoterapia ou terapia cognitivo-comportamental.