A terapia EMDR funciona?

EMDR é uma terapia que funciona apenas para traumas?

A terapia EMDR funciona apenas para o trauma? Não, de facto, esta abordagem psicoterapêutica ajuda a superar traumas, mas não apenas isso. A terapia EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing) é uma abordagem psicoterapêutica que também ajuda a lidar com fobias, ansiedade, depressão e outros desafios emocionais.

Essa ajuda é dada através de técnicas específicas que os terapeutas EMDR aplicam. Essas técnicas incluem movimentos oculares do paciente enquanto este relembra os seus eventos traumáticos, sendo, assim, uma forma efetiva de reduzir os impactos negativos no seu quotidiano.

EMDR é uma Psicoterapia de Reprocessamento. De facto, Francine Shapiro, a autora desta terapia, tentou até mudar a designação EMDR, porque não achava esta sigla bonita e tentou outra designação: Psicoterapia do Reprocessamento. Mas acabou por ficar EMDR, sendo que foram melhorados cada vez mais os protocolos do processo. Sempre com a estimulação alternada visual, mas também auditiva e tátil.

A terapia EMDR funciona, porque trabalha o passado, mas também o presente e o futuro

De facto, o EMDR poderá começar a trabalhar primeiro com o passado, mas também vai ter em conta o presente e o futuro. E é isso que torna esta abordagem tão interessante. Porque, através dela, podemos olhar para as experiências e vivências do passado de uma forma mais adulta e assim vivermos melhor no presente, podendo projetar-nos no futuro. Porque, muitas vezes, o que acontece, como resultado dessas vivências difíceis do passado, é que a autoestima da pessoa fica muito abalada. A pessoa passa a considerar-se uma pessoa que não merece coisas boas, não se julga capaz de ter um controlo sobre determinadas situações parecidas no presente.

Ora com o EMDR podemos olhar de uma forma mais distanciada, mais madura para determinadas vivências do passado. É uma abordagem através da qual passamos a olhar para a situação não da mesma forma. Depois da aplicação de um protocolo EMDR já não percecionamos a situação, a experiência, a vivência da mesma forma como a vimos na altura. O objetivo do EMDR é, precisamente, promover uma maior sintonia daquilo que se sente com aquilo que se pensa em relação à própria história. Ou seja, passa a haver um alinhamento da cognição, do pensamento com as emoções, com as sensações físicas.

A escolha do terapeuta EMDR é importante?

Sim, é fundamental que o paciente escolha um terapeuta qualificado e experiente em EMDR, devidamente registado na associação oficial de terapeutas em Portugal, que possa oferecer um ambiente seguro, acolhedor e ético para o tratamento.

Sem dúvida, o terapeuta deve estar atento às necessidades, aos limites e ao ritmo do paciente, e adaptar o protocolo de EMDR às suas características individuais. O terapeuta também deve, pois, orientar o seu paciente sobre como se preparar para as sessões, como lidar com as reações que possam surgir e como consolidar os resultados obtidos.

Mas como a terapia EMDR funciona?

Antes de mais, o EMDR pode ser levado a cabo presencialmente, mas também há a terapia EMDR online. Funciona, em ambas as modalidades, através de oito fases que envolvem a avaliação do cliente, a preparação, a identificação dos alvos terapêuticos, o processamento das memórias, a instalação de crenças positivas, a avaliação do corpo, o fechamento e o reavaliação.

Durante o processamento das memórias, o terapeuta orienta o cliente a fazer movimentos oculares rápidos, seguindo os dedos do terapeuta ou um estímulo visual externo. Esses movimentos oculares supostamente facilitam a comunicação entre os hemisférios cerebrais e permitem que as memórias traumáticas sejam reprocessadas de forma adaptativa.

A terapia EMDR funciona e é mesmo eficaz?

Segundo alguns estudos, pode ser tão ou mais eficaz do que outras formas de terapia para tratar diversos problemas psicológicos – especialmente se for combinada com outras intervenções psicológicas.

Tratamento EMDR para depressão é cada mais usado e tem-se revelado eficaz. Mas, para além disso, pode ser usado, com semelhante eficácia, para outras condições igualmente severas, como fobias específicas limitantes, perturbação do pânico, perturbação obsessivo-compulsiva (POC), ansiedade generalizada e dor crónica.

Terapia EMDR, é mesmo uma opção válida?

Sim, para muitas pessoas que sofrem de problemas emocionais, no entanto, deve ser aplicada por profissionais qualificados e devidamente treinados, que possam avaliar cada caso individualmente e oferecer um acompanhamento adequado personalizado.

Para além disso, a terapia EMDR deve ser integrativa, ou seja, integrada num plano terapêutico mais amplo, que inclua outras estratégias de intervenção e prevenção.

Portanto, a resposta é que sim, a terapia EMDR é uma opção muito válida. Sim, funciona e tem evidências científicas que comprovam a sua eficácia. Você sofre por causa de vivências traumatizantes no seu passado? Então cure traumas com EMDR …

Realmente, vários estudos mostram que a terapia EMDR é capaz de reduzir sintomas, melhorar o funcionamento psicossocial e aumentar o bem-estar dos pacientes que passaram por experiências muito adversas, designadamente na infância.

A terapia EMDR é, de facto, reconhecida como uma das intervenções mais efetivas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Associação Americana de Psiquiatria (APA) para situações traumáticas.

Terapia EMDR, uma solução mágica?

Pois, não é… Convém notar, isso sim, que a terapia EMDR é um processo que requer tempo, dedicação e confiança entre o terapeuta e o paciente. O número de sessões varia de acordo com cada caso, mas geralmente são necessárias entre 10 a 15 sessões para se obterem resultados satisfatórios. E é aqui que também será muito importante saber o preço EMDR de cada sessão… Se, por exemplo, se paga sessão a sessão ou se se pode adquirir um pack que seja mais económico.

A terapia EMDR também não substitui outras formas de tratamento, mas sim complementa-as e potencializa os seus efeitos. Por isso, é importante que o paciente mantenha o acompanhamento psicológico regular e siga as orientações do seu terapeuta.

A terapia EMDR funciona, mas também tem limitações e críticas

Sim, tem. Por exemplo, pode ser contraindicada para pessoas com epilepsia ou problemas cardíacos. Para além disso, há quem advogue que pode causar efeitos colaterais indesejados, como aumento da ansiedade, reações emocionais intensas, sonhos perturbadores ou falsas memórias.

É, pois, alvo de controvérsias científicas. Há, assim, falta de consenso sobre os seus mecanismos de ação e a sua superioridade em relação a outras modalidades terapêuticas.

Mas o que é certo é que há cada vez mais testemunhos de quem fez EMDR que corroboram que é uma psicoterapia que realmente funciona.

A terapia EMDR funciona através de 8 fases

De fato, a terapia EMDR segue um protocolo estruturado que envolve oito “grandes passos”: 1) História clínica e avaliação; 2) Preparação; 3) Avaliação da memória-alvo; 4) Dessensibilização; 5) Instalação; 6) Varredura corporal; 7) Fechamento; 8) Reavaliação. Em cada fase, o terapeuta EMDR utiliza diferentes técnicas para ajudar o paciente a processar a memória traumática de forma adaptativa. O movimento ocular é um dos principais elementos da terapia EMDR, ajudando a ativar os dois lados do cérebro e facilitando, assim, a comunicação entre ambos os hemisférios.

A terapia EMDR funciona para a minha ansiedade?

Reduza ansiedade com EMDR, sim, você pode fazê-lo. A redução ou eliminação de ansiedade patológica, é possível, mas há mais benefícios com esta terapia EMDR, tais como:

 – Ultrapassagem de medos irracionais, culpa, raiva e outras emoções negativas persistentes…

– Melhoria da autoestima, da confiança e da autoeficácia;

– Aumento da capacidade de lidar com situações stressantes ou desafiadoras;

– Resolução de conflitos internos ou interpessoais;

– Desenvolvimento de recursos positivos e competênciuas de enfrentamento;

– Promoção de um maior sentido de coerência e significado para a vida.

O EMDR neutraliza desencadeadores

De facto, situações traumáticas podem levar a que haja condicionamentos. Ou seja, depois disso já não é preciso que o estímulo original esteja presente, porque outros estímulos parecidos podem provocar a mesma resposta. Assim, os estímulos bastam ter alguma semelhança com o original para que desencadeiem uma resposta semelhante ou mesmo igual à primitiva. Ora, esses estímulos semelhantes são, pois, os desencadeadores ou disparadores.

Com o EMDR esses disparadores vão, assim, ficar neutralizados, já não vão produzir efeito. Ou seja, o EMDR vai fazer com que as histórias do passado sejam reprocessadas, sendo que a pessoa passa a olhar para a experiência passada à luz do presente. De facto, depois de uma sessão EMDR, a pessoa olha para as cenas do passado, usando o que sabe hoje, usando as informações que tem e os recursos que, entretanto, adquiriu…

Mais um exemplo de trauma que pode ser ultrapassado com EMDR

Uma pessoa que ficou traumatizada a ver um acidente, pode perceber, à luz do que sabe atualmente, que conduzir não significa que vá levar a um acidente com as consequências daquele que viu. De facto, uma pessoa mais adulta conhece as probabilidades estatísticas, sabe que tem recursos para conduzir – e até sabe que pode usar técnicas para fazer a redução de ansiedade antecipatória…

Quais são os desafios com que a terapia EMDR se defronta?

O EMDR é baseada na ideia de que os traumas podem bloquear o processamento natural de informação, gerando sintomas perturbadores. O EMDR visa, assim, desbloquear esse processamento e facilitar a integração das experiências traumáticas.

É, assim, que a terapia EMDR pode apresentar alguns desafios ou dificuldades para os pacientes, tais como:

– Reviver emoções intensas ou desconfortáveis durante o processamento de memórias traumáticas;

– Experimentar reações físicas ou psicológicas inesperadas ou desagradáveis durante ou após as sessões;

– Lidar com possíveis resistências ou bloqueios em relação ao tratamento;

– Manter a motivação e o compromisso com o processo terapêutico;

– Enfrentar possíveis mudanças na percepção de si mesmo, dos outros e do mundo.

Escolha, portanto, sempre que possível um psicoterapeuta EMDR sénior, competente, com o máximo de experiência possível na matéria.